Vozes da seca
Seu doutô os nordestino têm muita gratidão Pelo auxílio dos sulista nessa seca do sertão Mas doutô uma esmola a um homem qui é são Ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão É por isso que pidimo proteção a vosmicê Home pur nóis escuído para as rédias do pudê Pois doutô dos vinte estado temos oito sem chovê Veja bem, quase a metade do Brasil tá sem cumê Dê serviço a nosso povo, encha os rio de barrage Dê cumida a preço bom, não esqueça a açudage Livre assim nóis da ismola, que no fim dessa estiage Lhe pagamo inté os juru sem gastar nossa corage Se o doutô fizer assim salva o povo do sertão Quando um dia a chuva vim, que riqueza pra nação! Nunca mais nóis pensa em seca, vai dá tudo nesse chão Como vê nosso distino mercê tem na vossa mão
Luiz Gonzaga e Zé Dantas. Disponível em: http://letras.mus.br/luiz-gonzaga/47103. Acesso em: 17/07/2013
Sobre aspectos relacionados à variante linguística adotada no Texto 2, analise as proposições a seguir.
I. No registro escrito da letra da canção, há exemplos de marcas que são comuns em textos orais, tanto de usuários da variedade rural e popular como de usuários da variedade urbana e culta do Brasil.
II. A forma como é feita a marcação do plural em “os nordestino” (verso 1) provoca dúvidas no interlocutor, quanto ao número de pessoas referidas nesse trecho da canção.
III. O emprego da forma “vosmicê”, em vez de “você”, imprime certa aproximação e cordialidade entre os interlocutores.
IV. A maneira de pronunciar a palavra “escuído” revela um fenômeno comum em algumas variantes brasileiras, também presente em “fio” (por “filho”) e “teiado” (por “telhado”).
Estão CORRETAS:
I e III, apenas.
I e IV, apenas.
II e III, apenas.
II, III e IV, apenas.
I, II, III e IV.