Várias espécies de lagartos exibem formas surpreendentes de se reproduzirem. As fêmeas geram filhotes de modo assexuado, sem a participação de qualquer macho. São independentes, mas não são radicais: em algumas espécies, se um macho passa por perto, permitem a cópula e podem ser fecundadas. A autonomia reprodutiva chega a tal ponto que em algumas espécies só existem fêmeas, que se reproduzem de um modo assexuado que parece ser mais flexível do que se pensava. O gene c-mos produz uma proteína que bloqueia o final da divisão celular do óvulo até a chegada do espermatozoide. A célula sexual masculina, ao fertilizar o óvulo, desativa a proteína, a divisão celular termina e um embrião se forma. A hipótese dos pesquisadores é que, quando sofre alterações, o c-mos não funciona direito e pode fazer com que o óvulo continue a se dividir, mesmo sem o espermatozoide. Eles acreditam que defeitos nesse gene poderiam atenuar o bloqueio da divisão do óvulo e permitir que outros estímulos, como hormônios, reativem a divisão celular. As soluções encontradas para a adaptação ao ambiente, por vezes, chegam a romper com as regras básicas da natureza. Esse é o caso em particular de algumas espécies de anfíbios, que conseguiram deter o desenvolvimento de seus organismos, permanecendo com aspecto sempre "jovem". A mudança das taxas de desenvolvimento e de maturação de um organismo é denominada heterocronia. Nessa reprodução há uma aparente manutenção de um estágio larval, embora o organismo já esteja sexualmente maduro. Isso é muito comum entre as simpáticas salamandras. Os que apreciam aquários e terrários sabem que esses anfíbios passam sua vida em estágio larval. A sua reprodução está associada a uma atividade insuficiente do hipotálamo, hipófises e glândulas tireóides, que inviabilizam o seu pleno desenvolvimento. Mesmo adultas, as salamandras continuam com as brânquias típicas de larvas de anfíbios.
A reprodução assexuada dos répteis lacertílios e a reprodução dos anfíbios urodelos citados no texto, são, respectivamente: