“Uma tendência da música do século 20 foi a crescente influência de estilos afro-americanos. Do ragtime do início do século ao jazz dos afro-americanos urbanos, passando pelo blues dos negros pobres das áreas rurais do Sul, os estilos foram assimilados pelos artistas brancos. Nos anos 50, músicos negros e brancos se misturaram no rock and roll, quando Elvis Presley destruiu a ideia de que os cantores deveriam cantar em posição estática; e Little Richard tocava para plateias não segregadas.
Na Grã-Bretanha, a cultura teen se tornou muito influente nos “Swinging Sixties” (“Descolados Anos Sessenta”, em tradução livre), quando bandas como The Beatles, The Rolling Stones e The Who irromperam no mercado americano e se tornaram mundialmente famosas. A música pop, então, começou a se subdividir em uma série de gêneros, entre eles o punk rock e o hip-hop.
Além de ter ensejado o crescimento da chamada cultura jovem, a década de 1960 foi um período de rápidas mudanças sociais. Uma nova onda de feminismo foi complementada com a introdução da pílula anticoncepcional, que proporcionou às mulheres mais liberdade que nunca. Ao mesmo tempo, os jovens do mundo ocidental exploravam modos de vida alternativos, no que foi chamado de contracultura. Os hippies encamparam drogas psicoativas e artes “étnicas”, sobretudo na joalheria e no vestuário, de países africanos e asiáticos. E, pela primeira vez, o ateísmo e o secularismo passaram a ser lugar-comum no Ocidente. No entanto, apesar da tendência ao secularismo e ao realismo, os best-sellers literários do século 20 foram livros de fantasia: O Senhor dos Anéis, de J.R.R. Tolkien (publicado em 1954, vendeu mais de 150 milhões de exemplares), e Harry Potter e a Pedra Filosofal (o 1º volume da série), de J. K. Rowling (publicado em 1997 e traduzido para mais de 65 idiomas, vendeu mais de 120 milhões).”
(CHALTON, Nicola; MACARDLE, Meredith. A história do século 20 para quem tem pressa. Tradução Paulo Afonso. Rio de Janeiro: Valentina, 2017. p. 118-119).
Considerando o texto apresentado nesse enunciado e seus conhecimentos sobre o desenvolvimento sociocultural do mundo durante o século 20, é correto afirmar que:
o século 20 foi marcado pela luta pela liberdade, principalmente em países colonizados pelos Estados Unidos e pela Inglaterra, que buscavam nas raízes africanas e asiáticas um elemento libertador dos enlaces criados com a exploração colonial de séculos anteriores.
a Segunda Guerra Mundial, que colocou em lados opostos os Estados Unidos e a antiga União Soviética, fez com que o mundo se dividisse e, durante a Guerra Fria, os valores da liberdade capitalista estadunidense se destacassem no mundo ocidental, especialmente nos chamados países de terceiro mundo.
os resultados das transformações culturais e sociais do século 20 nos países ocidentais devem ser creditados à globalização que, após a Segunda Guerra Mundial e durante a Guerra Fria, tiveram como matrizes culturais os Estado Unidos e a Inglaterra, influenciando os países menos desenvolvidos economicamente, difundindo seus valores éticos, científicos, sociais e econômicos.
os Estados Unidos e a Inglaterra foram, decisivamente, os pilares que direcionaram a luta dos países de terceiro mundo em busca de sua autonomia, pois, associado ao desenvolvimento econômico, esses países marginais no sistema capitalista tiveram condições de desenvolver sua identidade, fundamentando sua luta em suas raízes étnicas e culturais.
os movimentos sociais denominados como contracultura tiveram grande aceitação em países como Estados Unidos e Inglaterra, pois contestavam os sistemas econômico e político vigentes, apresentando alternativas junto aos países menos desenvolvidos e direcionando as políticas públicas dos países dominantes durante a chamada Guerra Fria.