Uma das mais importantes leituras para os analistas políticos e militares ocidentais do final do século XX foi a obra “Choque de civilizações”, do estrategista estadunidense Samuel Huntington. A interpretação dominante defendia que, no contexto do fim da guerra fria, a principal ameaça para a civilização judaico-cristã do ocidente eram os integrantes do mundo muçulmano-árabe do oriente.
As grandes divisões da humanidade e a fonte predominante de conflitos no século XXI serão de ordem cultural. As nações-Estado continuarão a ser os agentes mais poderosos nos acontecimentos globais, mas os principais conflitos ocorrerão entre nações e grupos de diferentes civilizações. O choque de civilizações dominará a política global. As linhas de cisão entre as civilizações serão as linhas de batalha do futuro.
In: MARQUES, A.; BERUTTI, F.; FARIA, R. História do tempo presente. 2.ed. São Paulo : Contexto, 2007, p. 164. (Adaptado)
Observe o mapa.
Após comparar as ideias do texto e as informações contidas no mapa, assinale a alternativa que expressa uma leitura crítica e realista da visão de “choque de civilizações” no mundo atual.
Os atentados de 11 de setembro de 2001, em Nova Iorque, reforçaram as teses de conflito preponderantemente cultural e religioso entre o judaísmo-cristianismo do ocidente e o mundo dos fundamentalismos árabes do Islã.
A “guerra contra o terror” desencadeada em 2001, no mandato de George W. Bush Jr, presidente dos Estados Unidos da América, envolveu fortes componentes culturais e civilizatórios na luta contra Afeganistão, Iraque e Irã.
A crise humanitária vivida por alguns países da União Europeia é a viva demonstração do modo como se manifestam os valores ocidentais de acolhimento, sem racismo ou xenofobia, a seres humanos fugitivos de zonas conflitivas.
O atual choque entre a civilização judaico-cristã ocidental e o mundo muçulmano árabe do oriente tem expandido a democracia e o respeito aos direitos humanos e reduzido as ações dos fundamentalismos no mundo.
Os conflitos no Oriente Médio, a invasão do Afeganistão e a destruição do Iraque não tiveram motivações culturais ou religiosas, mas expressaram a disputa geopolítica imperialista por importantes fontes de energia.