COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE CAXIAS DO SUL
Leia abaixo a redação de Larissa Freisleben, que recebeu nota mil no Enem.
Publicidade Infantil: perigoso artifício
Uma criança imitando os sons emitidos por porcos já foi atitude considerada como falta de educação. No entanto, após a popularização do programa infantil "Peppa Pig", essa passou a ser uma cena comum no Brasil. O desenho animado sobre uma família de porcos falantes não apenas mudou o comportamento dos pequenos como também aumentou o lucro de uma série de marcas que se utilizaram do encantamento infantil para impulsionar a venda de produtos relacionados ao tema. Peppa é apenas mais um exemplo do poder que a publicidade exerce sobre as crianças.
Os nazistas já conheciam os efeitos de uma boa publicidade: são inúmeros os casos de pais delatados pelos próprios filhos − o que mostra a facilidade com que as crianças são influenciadas. Essa vulnerabilidade é maior até os sete anos de idade, quando a personalidade ainda não está formada. Muitas redes de lanchonetes, por exemplo, valem-se disso para persuadir seus jovens clientes: seus produtos vêm acompanhados por brindes e brinquedos. Assim, muitas vezes a criança acaba se alimentando de maneira inadequada na ânsia de ganhar um brinquedo.
A publicidade interfere no julgamento das crianças. No entanto, censurar todas as propagandas não é a solução. É preciso, sim, que haja uma regulamentação para evitar a apelação abusiva − tarefa destinada aos órgãos responsáveis. No caso da alimentação, a questão é especialmente grave, uma vez que pesquisas mostram que os hábitos alimentares mantidos até os dez anos de idade são cruciais para definir o estilo de vida que o indivíduo terá quando adulto. Uma boa solução, nesse caso, seria criar propagandas enaltecendo o consumo de frutas, verduras e legumes. Os próprios programas infantis poderiam contribuir nesse sentido, apresentando personagens com hábitos saudáveis. Assim, os pequenos iriam tentar imitar os bons comportamentos.
Contudo, nenhum controle publicitário ou bom exemplo sob a forma de um desenho animado é suficiente sem a participação ativa da família. É essencial ensinar as crianças a diferenciar bons produtos de meros golpes publicitários. Portanto, em se tratando de propaganda infantil, assim como em tantos outros casos, a educação vinda de casa é a melhor solução.
(Texto publicado na folha de São Paulo)
“Uma criança imitando os sons emitidos por porcos já foi atitude considerada como falta de educação. No entanto, após a popularização do programa infantil "Peppa Pig", essa passou a ser uma cena comum no Brasil.” A palavra destacada pode ser substituída sem prejuízo de sentido por:
Portanto;
Contanto;
Entretanto;
Porquanto.
Para resolver essa questão, o aluno deve entender que a palavra destacada no texto, 'No entanto', é uma conjunção adversativa, usada para indicar uma ideia de oposição ou contraste em relação à ideia anteriormente expressa. Portanto, a substituição correta precisa manter esse sentido de contraste.
Identifique a função da conjunção 'No entanto' no texto.
Busque uma conjunção que também indique contraste ou oposição.
Relembre outras conjunções adversativas que você conhece.
Escolher uma conjunção que não mantém o mesmo valor semântico, como uma conclusiva ou condicional, em vez de uma adversativa.
Ignorar o contexto da frase e focar apenas no significado isolado das palavras.
Conjunções são palavras que ligam orações ou termos semelhantes dentro de uma oração. As conjunções adversativas introduzem uma ideia de contraste ou oposição. Exemplos comuns de conjunções adversativas são: mas, porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto.