[...] Um exemplo da permanência de arcaísmos na fala atual é o uso de “aonde” e “donde” com sentido estático, isto é, significando “onde”. [...]. No Renascimento, mesmo clássicos como João de Barros empregavam as três formas como equivalentes, e isso não era considerado erro.
Mais tarde, com a normatização gramatical, decidiu-se que “aonde” só se emprega com verbos que rejam a preposição “a” e “donde” só com verbos que rejam “de”. Por sinal, os brasileiros da atualidade usam preferentemente “de onde” a “donde”, mas a confusão entre “onde” e “aonde” continua e, longe de ser mero indício de ignorância, é resquício de um uso ancestral, que na oralidade popular tem passado incólume pelas reformas gramaticais.
Revista Língua Portuguesa, n.º 114, p. 18, abril de 2015.
Considerando a exposição feita no texto anterior, é de uso eminentemente popular e contrário às normas gramaticais o período:
Aonde eu devo levar as meninas amanhã?
Onde moram aqueles funcionários?
De onde provêm esses andarilhos?
Aonde você quer chegar com essa argumentação?
Onde você pensa que vai com esse vaso?