“Um estudo divulgado em 2008 pelo Instituto de Pesquisas e Economia Aplicada (IPEA) revelou que, em 2006, cerca de 5% da população negra obtinha diploma de nível superior antes dos trinta anos de idade. Três décadas antes, essa porcentagem era de 0,7%. Nessas mesmas três décadas, a porcentagem da população branca com curso universitário antes dos 30 anos passou de 5% para 18%. Um estudo do IPEA, com base no Pnad (Plano Nacional por Amostra de Domicílios) de 2008, revela que o índice de analfabetismo entre os negros é duas vezes maior do que entre os brancos e que o número de jovens brancos que frequenta o ensino médio é 44,5% maior em comparação com o dos negros”.
(AZEVEDO, Gislaine Campos; SERIACOPI, Reinaldo. História em movimento. Do século XIX aos dias de hoje. São Paulo: Ática, 2013, p. 85).
Os dados comparativos entre brancos e negros reproduzidos acima oferecem apenas uma tênue imagem das profundas diferenças sociais que marcam a sociedade brasileira ainda nos dias de hoje. Historicamente, é possível explicar essa realidade atual, em parte, pelas seguintes razões:
I – O fim da escravidão não assegurou aos negros o acesso imediato ao ensino. Na virada do século XIX para o XX, a educação dessas pessoas dava-se muito mais por meio de entidades negras de caráter cívico e recreativo do que por intermédio das escolas.
II – Impossibilitados de ler e escrever, os negros ficavam também impedidos de participar na vida política do Brasil, pois os analfabetos não tinham direito de voto.
III – A falta de escolaridade também dificultava o acesso dos negros ao mercado de trabalho, que dava preferência aos imigrantes e a profissionais com qualificação e escolarização.
Sobre as proposições acima, pode-se afirmar:
apenas I está correta.
apenas I e II estão corretas.
apenas I e III estão corretas.
apenas II e III estão corretas.
I, II e III estão corretas.