Tombados pela UNESCO como patrimônio cultural da humanidade, os casarões do Centro Histórico de Salvador estão em risco iminente de cair. Um levantamento feito pela Defesa Civil Municipal da capital baiana em 224 edifícios localizados na área de preservação histórico-cultural da cidade mostrou que quase a metade (111) está em perigo – a maioria corre risco.
São igrejas, solares, palácios, em diferentes estados de degradação, construídos nos séculos XVII, XVIII e XIX, que compõem aquilo que hoje se denomina Pelourinho – entre o Terreiro de Jesus e a Igreja do Passo.
HORIZONTE geográfico: patrimônio - construções em risco. São Paulo: Horizonte, a. 22,n.122, p.15. abr.2009. Adaptado.
A degradação do patrimônio histórico/cultural construído, como registra o texto, põe em risco a memória
de um segmento da sociedade baiana constituída por grandes proprietários, negociantes e altos funcionários que, no século XVIII e parte do século XIX, ocupavam os casarões da região.
da riqueza de um bairro essencialmente comercial que, no período colonial, abrigava lojas de comerciantes de gêneros e os traficantes de escravos.
do grupo constituído pelo clero secular e pelas ordens religiosas que, no período monárquico, ocuparam a região com suas igrejas e conventos, desalojando os antigos moradores.
da classe dos escravos libertos que, após a extinção do tráfico em 1850, foram ali confinados pelo governo da Província da Bahia.
da instalação de imigrantes das mais variadas origens que recebiam, no século XVIII, autorização do governo colonial para que ali fixassem residências.