FACASPER 2011

Tomando como base a história do capitalismo brasileiro e o processo de globalização comparados com o texto abaixo (publicado originalmente em 1966)

 

“Em conclusão, apesar das grandes transformações por que passou a economia brasileira, e que se vêm acentuando nestes últimos decênios, ela não logrou superar algumas de suas principais debilidades originárias, e libertar-se de sua dependência e subordinação no que respeita ao sistema econômico e financeiro internacional de que participa e em que figura em posição periférica e marginal. /.../ é um progresso que pela maneira como se realiza , ou se realizou até hoje, se anula em boa parte e se autolimita, encerrando-se em estreitas perspectivas. Isso porque se subordina a circunstâncias que, embora aparentemente distintas do antigo sistema colonial, guardam com esse sistema, na sua essência, uma grande semelhança. /.../ Em suma, /.../ o antigo sistema colonial em que se constituiu e evoluiu a economia brasileira, apesar de todo o progresso e as transformações realizadas, fundamentalmente se manteve, embora modificado e adotando formas diferentes. E o processo de integração econômica nacional, embora se apresente maduro para sua completa e definitiva eclosão, se mostra incapaz de chegar a termo e se debate em contradições que não consegue superar. Das contradições que no passado solapavam a economia brasileira, passamos a outras de natureza diferente, mas nem por isso menos graves. Essas contradições se manifestam sobretudo, e agudamente, como vimos, na permanência, e até no agravamento da tendência ao desequilíbrio de nossas contas externas, embora apresentando-se agora sob novas formas, e implicando diretamente a ação imperialista. São as nossas relações financeiras com o sistema internacional do capitalismo – e nisso se distingue a nossa situação atual da do passado – que comandam o mecanismo das contas externas do país. Não são mais unicamente as vicissitudes da exportação brasileira, como ocorria anteriormente, que determinam o estado daquelas contas. E sim sobretudo e decisivamente os fluxos de capitais controlados do exterior e que sob diversas formas (inversões, financiamentos, empréstimos, amortizações, rendimentos etc.) se fazem num e noutro sentido em função dos interesses da finança internacional. Ou por fatores de ordem política que em última instância também se orientam por aqueles interesses”. 

PRADO, Jr. Caio. A revolução brasileira. São Paulo: Brasiliense, 1966. 

 

As três décadas que se seguiram ao fim da Segunda Guerra Mundial ficaram conhecidas como a “Era de Ouro” ou os “trinta anos gloriosos”. Na última destas décadas (1965-1975), a expansão capitalista dos países centrais (EUA, Japão e parcela da Europa) foi em parte sustentada pelos investimentos no exterior, ou pela exportação de capitais, o que estimulou o desenvolvimento da infraestrutura e ampliou a produtividade nos países que receberam esses investimentos. No Brasil, o período ficou conhecido como “Milagre Econômico” (1969-1973). A respeito dessa fase de crescimento econômico nacional, é correto afirmar que:

a

Proporcionou a expansão industrial e o desenvolvimento do mercado interno, ao mesmo tempo em que aumentou a concentração de renda e a desigualdade social, fatores que se deveram em parte ao domínio que o capital externo exerce sobre o país.

b

Acelerou a industrialização do país nos padrões da Segunda Revolução Industrial, gerando a ampliação sem precedentes das exportações de produtos industrializados, do padrão de consumo das classes médias e da renda do trabalho assalariado, em parte alcançada pelas greves operárias que marcaram o período.

c

Foi concomitante aos chamados “anos de chumbo” do regime militar, que, apesar de terem sido os mais violentos na restrição da liberdade de expressão e da organização política, promoveram grande desenvolvimento nacional, reduzindo a dependência externa.

d

Ocorreu sob o governo Médici, que, com o objetivo de atender à necessidade de ampliar o mercado interno para os produtos das multinacionais aqui instaladas, abrandou as medidas restritivas das liberdades individuais para possibilitar uma mudança nos hábitos de consumo da classe média.

e

Ampliou largamente a produção industrial de bens de consumo duráveis, com base em tecnologia e capitais externos, realizando a proposta de desenvolvimento do governo da época, expressa no slogan “cinquenta anos em cinco”.

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A
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