Toda semana cai um tabu. O que mais fez barulho foi provavelmente o fim da proibição de as mulheres dirigirem: a partir de junho, elas poderão ser habilitadas sem necessitar do consentimento de seu “tutor” masculino. […] Até o uso da abaya, longa vestimenta preta com a qual as mulheres sauditas se vestem da cabeça aos pés nos espaços públicos, está sendo questionado. […] Em um momento no qual o reino procura a todo custo se diferenciar de seu rival iraniano, cultivando boas relações com o Ocidente, o status das mulheres é um elemento essencial da comunicação do príncipe herdeiro.
(Florence Beaugé. “Na Arábia Saudita, a emancipação feminina vem de cima para baixo”. Le monde diplomatique Brasil, junho de 2018.)
O texto descreve algumas modificações nos direitos das mulheres na Arábia Saudita, em uma situação histórica de
unificação dos povos de religião muçulmana em luta contra os costumes capitalistas ocidentais.
revoluções sociais no Oriente Médio com a destituição de governos tradicionalistas e teocráticos.
crise do domínio das potências industrializadas sobre as antigas colônias da África e da Ásia ocidental.
diminuição da oferta de mão de obra produtiva com o recrutamento militar da população masculina.
tensão na geopolítica do Oriente Médio em um quadro de alianças de potências militares com países islâmicos.