Tiradentes era alguém com todas as características e ressentimentos de um revolucionário. Além do mais, ele se apresentava para o martírio ao proclamar sua responsabilidade exclusiva pela inconfidência. Era óbvia a sedução que o enforcamento do alferes representava para o governo português: pouca gente levaria a sério um movimento chefiado por um simples Tiradentes (e as autoridades lusas, depois de outubro de 1790, invariavelmente se referiam ao alferes por seu apelido de Tiradentes).
(MAXWELL, Kenneth. A devassa da devassa. A Inconfidência Mineira: Brasil e Portugal 1750-1808. São Paulo: Paz e Terra, 1995, p. 216)
A poesia arcádica, frequentada ao tempo de Tiradentes, foi lembrada com ênfase e vigor, a par das ideias revoltosas da época, num grande poema do século XX,
misto de lirismo e de épica histórica, composto por Cecília Meireles.
em tom de solene nacionalismo, fruto de parceria entre Mário de Andrade e Cassiano Ricardo.
já em linguagem de vanguarda, por Haroldo de Campos e Augusto de Campos.
montado em estrutura teatral, pelo poeta maranhense Ferreira Gullar.
a que não falta um tom de tragédia, concebido como épica moderna por Manuel Bandeira.