TEXTO V
[...]
O povo em São Saruê
tudo tem felicidade
passa bem anda decente
não há contrariedade
não precisa trabalhar
e tem dinheiro a vontade (sic)
Lá os tijolos das casas
são de cristal e marfim
as portas barra de prata
fechaduras de "rubim"
as telhas folhas de ouro
e o piso de cetim
Lá eu vi rios de leite
barreiras de carne assada
lagoas de mel de abelha
atoleiros de coalhada
açudes de vinho do porto
montes de carne guisada
As pedras em São Saruê
são de queijo e rapadura
as cacimbas são café
já coado e com quentura
de tudo assim por diante
existe grande fartura
Feijão lá nasce no mato
maduro e já cozinhado
o arroz nasce nas várzeas
já prontinho e dispolpado [sic]
peru nasce de escova
sem comer vive cevado
[...]
Com relação ao texto 5, evidencia-se
a predominância, na segunda estrofe, do modo narrativo de organização textual, próprio da tradição oral de um povo.
a importância do cordel como manifestação cultural, por ser uma fonte de preservação da memória e da identidade de um povo.
a expressão de um ponto de vista imparcial do sujeito frente à realidade regional por ele apresentada nesse texto.
a descrição da fartura de alimentos resultante do trabalho coletivo do povo de São Saruê.