UnP 2014/1

TEXTO

 

PRÓS E CONTRAS

 

Existem pessoas que afirmam que a experimentação animal é ilegal, imoral e ineficaz e, por isso, deveria ser banida em 100% dos casos. Outros cientistas afirmam que o uso de animais para testar novas drogas e produtos é, em muitos casos, imprescindível para o avanço da ciência. Além de produzirem vacinas.

 

O biólogo Sérgio Greif escreveu o livro “Alternativas ao Uso de Animais Vivos na Educação – pela ciência responsável”, publicado este ano pela ONG Instituto Nina Rosa. O conjunto de técnicas alternativas defendidas no livro inclui, entre outros, testes in vitro (realizados em tecidos e células vivas), utilização de vegetais, estudos clínicos e não invasivos em pacientes humanos voluntários, estudos epidemiológicos, técnicas físico-químicas (como a tomografia) e estudos em cadáveres. O livro destaca ainda a utilização da tecnologia para criar simulações computacionais, softwares educacionais, filmes, modelos matemáticos, nanotecnologia e até manequins criados especialmente para determinados procedimentos.

 

“Os métodos alternativos de pesquisa que excluem animais são mais baratos a médio e longo prazo, mais refinados, mais confiáveis, mais rápidos e facilmente reproduzíveis”, argumenta o autor. Ele argumenta que os laboratórios insistem na vivissecção porque se acomodaram à essa técnica. “Temos toda uma tradição e estrutura que favorecem a perpetuação deste tipo de metodologia. Alguns apontam que as novas abordagens e metodologias de pesquisa que não se baseiam em modelos animais são mais caras, colocando um obstáculo para tal implementação, mas esquecem-se do custo elevado para manutenção de animais em biotérios”, justifica.

 

Há um grupo de cientistas que acredita que o uso de animais em pesquisas é imprescindível para o avanço da ciência. Para o coordenador do grupo de pesquisa em Interação de Fotossensibilizantes com Estruturas Celulares do Laboratório de Biologia Celular e Tecidual do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento (IP&D) da Universidade do Vale do Paraíba (Univap), Newton Soares da Silva, a vivissecção de animais ainda é uma prática necessária para a experimentação científica. "O que se pode fazer é tentar reduzir ao máximo o número de animais utilizados na pesquisa, seguindo uma série de protocolos como os estabelecidos pelo Colégio Brasileiro de Experimentação Animal e pelos Comitês de Ética em Experimentação Animal", aponta.

 

Segundo o veterinário Carlos Alberto Müller, diretor do centro de experimentação animal da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), nenhum pesquisador trabalha “com prazer" com animal. Mas ele afirma que a prática ainda é necessária, principalmente para o estudo de câncer, que não se consegue fazer sem o uso de animais. Na farmacologia, por exemplo, ainda é difícil eliminar totalmente o uso de animais, pois vários testes ainda são imprescindíveis para se conhecer os efeitos fisiológicos que uma nova substância causará no organismo como um todo. Conheça os argumentos dos que defendem e dos que são contra o uso de animais em laboratório.

 

Argumentos contra o uso de animais nas pesquisas científicas:

 

• A medicina humana não pode ser baseada em medicina veterinária, já que os animais são diferentes histológica, anatômica, genética, imunológica e fisiologicamente.

• Animais e humanos reagem diferentemente a substâncias. Por exemplo, algumas drogas são cancerígenas em homens, mas não em animais e o arsênico pode ser aplicado em enormes doses em cabritos e não causariam nenhum mal a estes, no entanto, no homem apenas uma gota o levaria à morte.

• Doenças que ocorrem naturalmente e doenças artificialmente induzidas diferem com frequência e substancialmente.

• Noventa por cento dos canceres no ser humano são devidos a medicamentos, pesticidas, aditivos alimentares, todos "testados com êxito" em animais.

• As práticas experimentais como LD50, draize eye, de toxidade alcoólica e tabaco, experimentos armamentistas/militares, na área de psicologia, pesquisas dentárias, testes de colisão, dissecação, práticas médico-cirúrgicas e outros experimentos diversos podem ser prontamente abolidos, por métodos realmente seguros já são conhecidos, tais como simulador por computador, manipulação e estudos de modelos anatômicos, cultura-celular e tissular, autópsias e estudos post mortem, técnicas não invasivas, técnicas de cromatografia e espectrografia de massas, realidade virtual e inúmeras outras.

 

Argumentos a favor do uso de animais nas pesquisas científicas:

 

• Os testes são imprescindíveis para se conhecer os efeitos fisiológicos de uma nova substância no organismo como um todo.

• As alternativas ainda não substituem os testes reais em animais.

• Os testes têm uma grande margem de acerto em predizer os efeitos de novas substâncias em organismos humanos, mesmo feitos em animais, que têm organismos diferentes.

• Com animais de laboratório se produzem vacinas e soros fundamentais para a vida humana como o soro antiofídico (contra picada de cobras), que é feito ao se inocular pequenas e sucessivas doses de veneno de cobra em cavalos. Ou a vacina contra a difteria, botulismo e tétano.

• O estudo da evolução do câncer tem de ser feito em animais.

(Texto adaptado de Sylvia Estrella. Disponível em: http://ciencia.hsw.uol.com.br/animaisem-laboratorio5.htm. Acesso em 29/10/2013).

 

No fragmento “Segundo o veterinário Carlos Alberto Müller, diretor do centro de experimentação animal da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), nenhum pesquisador trabalha ‘com prazer’ com animal.” (texto, quinto parágrafo), o que significam as aspas na expressão “com prazer”?

a

representam ênfase ao termo.

b

representam uma ironia do autor, que usa um termo em desuso.

c

representam uma ironia do autor com os ativistas.

d

são aspas de distanciamento.

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D
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