Texto para a questão.
TEXTO
“HÁ EMBUTIDA NAS OBRAS de Aristóteles uma ideia medular, que escapou à percepção de quase todos os seus leitores e comentaristas, da Antiguidade até hoje. Mesmo aqueles que a perceberam — e foram apenas dois, que eu saiba, ao longo dos milênios — limitaram-se a anotá-la de passagem, sem lhe atribuir explicitamente uma importância decisiva para a compreensão da filosofia de Aristóteles. No entanto, ela é a chave mesma dessa compreensão, se por compreensão se entende o ato de captar a unidade do pensamento de um homem desde suas próprias intenções e valores, em vez de julgá-lo de fora; ato que implica respeitar cuidadosamente o inexpresso e o subentendido, em vez de sufocá-lo na idolatria do “texto” coisificado, túmulo do pensamento. A essa ideia denomino Teoria dos Quatro Discursos. Pode ser resumida em uma frase: o discurso humano é uma potência única, que se atualiza de quatro maneiras diversas: a poética, a retórica, a dialética e a analítica (lógica).”
CARVALHO, O. de. Aristóteles em nova perspectiva: Introdução à teoria dos quatro discursos. Campinas (SP): Vide editorial, 2013, pp.21-2.
Sobre a colocação pronominal (próclise, ênclise, mesóclise), a próclise na sentença “sem lhe atribuir explicitamente uma importância decisiva para a compreensão da filosofia de Aristóteles”, está correta.
Marque a alternativa em que se dá corretamente a justificativa.
A próclise é a regra geral do português.
O pronome oblíquo sempre antecede o infinitivo.
O advérbio explicitamente posposto ao verbo “atribuir” afasta o pronome “lhe”.
O uso proclítico na sentença acima é estilístico apenas.
A partícula negativa sem atrai o pronome lhe.