CN 2016

Texto para a questão.

 

    O desaparecimento dos livros na vida cotidiana e a diminuição da leitura é preocupante quando sabemos que os livros são dispositivos fundamentais na formação subjetiva das pessoas. Nos perguntamos sobre o que os meios de comunicação fazem conosco: da televisão ao computador, dos brinquedos ao telefone celular, somos formados por objetos e aparelhos.

    Se em nossa época a leitura diminui vertiginosamente, ao mesmo tempo, cresce o elogio da lgnorância, nossa velha conhecida. Há, nesse contexto, dois tipos de ignorância em relação às quais os livros são potentes ou impotentes. Uma é a ignorância filosófica, aquela que em Sócrates se expunha na ironia do "sei-que-nada-sei". Aquele que não sabe e quer saber pode procurar os livros, esses objetos que guardam tantas informações, tantos conteúdos, que podemos esperar deles muita coisa: perguntas e, até mesmo, respostas. A outra é a ignorância prepotente, à qual alguns filósofos deram o nome de "burrice". Pela burrice, essa forma cognitiva impotente e, contudo, muito prepotente, alguém transforma o não saber em suposto saber, a resposta pronta é transformada em verdade. Nesse caso, os livros são esquecidos. Eles são desnecessários como "meios para o saber". Cancelada a curiosidade, como sinal de um desejo de conhecimento, os livros tornam-se inúteis. Assim, a ignorância que nos permite saber se opõe à que nos deforma por estagnação. A primeira gosta dos livros, a segunda os detesta.

    [...]

    Para aprender a perguntar, precisamos aprender a ler. Não porque o pensamento dependa da gramática ou da língua formal, mas porque ler é um tipo de experiência que nos ensina a desenvolver raciocínios, nos ensina a entender, a ouvir e a falar para compreender. Nos ensina a interpretar. Nos ajuda, portanto, a elaborar questões, a fazer perguntas. Perguntas que nos ajudam a dialogar, ou seja, a entrar em contato com o outro. Nem que este outro seja, em um primeiro momento, apenas cada um de nós mesmos.

    Pensar, esse ato que está faltando entre nós, começa aí, muitas vezes em silêncio, quando nos dedicamos a esse gesto simples e ao mesmo tempo complexo que é ler um livro. É lamentável que as pessoas sucumbam ao clima programado da cultura em que ler é proibido. Os meios tecnológicos de comunicação são insidiosos nesse momento, pois prometem uma completude que o ato de ler um livro nunca prometeu. É que o ato da leitura nunca nos engana. Por isso, também, muitos afastam-se dele. Muitos que foram educados para não pensar, passam a não gostar do que não conhecem. Mas há quem tenha descoberto esse prazer que é o prazer de pensar a partir da experiência da linguagem - compreensão e diálogo - que sempre está ofertada em um livro. Certamente para essas pessoas, o mundo todo - e ela mesma - é algo bem diferente.

(TIBURI, Márcia. Potência do pensamento: por uma filosofia política da leitura. Disponível em http://revistacult .uol.com.br —- 31 de jan. 2016 = com adaptações)

Assinale a opção na qual o texto foi pontuado corretamente.

a

Segundo pesquisas, brasileiros, leem mais que paraguaios e bolivianos; por outro lado, utilizam bem menos, as bibliotecas públicas.

b

Na infância, as crianças aprendem que, a leitura exige concentração, mas traz, como recompensa, bastantes alegrias e conhecimento.

c

Não existe, em parte alguma, povo civilizado que despreze a leitura, o conhecimento, as experiências advindas das bibliotecas, e gabinetes de leitura.

d

Os leitores adquirem, ao longo dos anos, muitas experiências preciosas; enquanto isso, os não leitores, sem perceber, furtam-se de um universo incontável de saber.

e

Sem perceber as pessoas vão deixando para trás, quando abandonam a leitura, um universo completamente precioso ao mesmo tempo os leitores fiéis acumulam sabedoria e ideias novas.

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Resposta
D

Resolução

Para resolver esta questão, é preciso analisar a pontuação de cada frase, verificando se o uso de vírgulas e ponto-e-vírgula está de acordo com as regras gramaticais e se a estrutura sintática justifica sua aplicação. Observamos principalmente:

  1. Uso de vírgulas para isolar expressões explicativas ou adjuntos adverbiais longos.
  2. Uso de ponto-e-vírgula para separar orações coordenadas independentes quando já há vírgulas no interior delas ou quando há expressões de contraste (como “por outro lado”, “enquanto isso”).
  3. Coerência e clareza na sequência dos elementos e na ligação entre as orações.

Analisando cada opção segundo esses critérios, concluímos que a única frase pontuada corretamente é a da opção D.

Resposta: D

Dicas

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Observe se há orações coordenadas independentes com vírgulas internas; nesses casos, o uso de ponto-e-vírgula pode ser necessário.
Verifique expressões adverbiais longas ou explicativas que devem ser isoladas por vírgulas.
Pense em como a conjunção ou expressão de contraste (como “enquanto isso”) conecta ideias e exige pontuação apropriada.

Erros Comuns

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Isolar sujeito por vírgula quando não há expressão explicativa ou adverbial longa.
Separar objeto direto com vírgula sem motivação sintática.
Colocar vírgula antes de “e” em enumeração simples.
Usar vírgulas em excesso em orações coordenadas que requerem ponto-e-vírgula.
Esquecer de pontuar adequadamente orações que expressam contraste.
Revisão

Revisão dos Conceitos:

  • Vírgula: isola elementos acessórios (como adjuntos adverbiais extensos ou expressões explicativas) e separa itens em enumeração.
  • Ponto-e-vírgula: separa orações coordenadas independentes quando já há vírgulas no interior delas ou quando se quer enfatizar contraste.
  • Conjunções e expressões conectivas: “por outro lado”, “enquanto isso” etc., justapostas por ponto-e-vírgula.
  • Concordância sintática: verificar se a pontuação não quebra a fluidez ou prejudica a coerência.
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