TEXTO
ONU pede combate a desperdício de alimento para reduzir fome no mundo
Com um quarto do que se perde em escala global seria possível alimentar todas as vítimas de fome crônica do planeta; Brasil foi premiado por ações de combate à subnutrição.
A Organização das Nações Unidas para a
Alimentação e a Agricultura (FAO) alertou
hoje (16), Dia Mundial da Alimentação, que o
desperdício ainda é uma das principais
[15] razões da fome no mundo. Segundo a
entidade, um terço dos alimentos produzidos
no mundo por ano é desperdiçado – o
equivalente a 1,3 bilhão de toneladas e mais
de US\$ 750 bilhões.
[20] Para o responsável pela infraestrutura rural
da FAO, Robert van Otterdijk, com um quarto
do total desperdiçado seria possível
alimentar todas as vítimas de fome crônica
no mundo, que equivale a 842 milhões de
[25] pessoas, segundo dados recentes da
instituição.
Segundo o especialista, “reduzir à metade
esse desperdício, bastaria para aumentar a
produção alimentar mundial em 32% e para
[30] conseguir dar comida a 9 bilhões de pessoas,
a população mundial prevista em 2050”.
Peritos da ONU calculam que será necessário
aumentar em 60% da produção de alimentos
para dar conta das necessidades futuras da
[35] humanidade, um patamar insustentável para
o planeta.
Para a coordenadora de um relatório da FAO
sobre os custos do desperdício alimentar,
Mathilde Iweins, “as superfícies agrícolas
[40] utilizadas para a produção de alimentos que
não serão utilizados equivalem às do Canadá
e da Índia, em conjunto”.
As principais razões do desperdício são, nos
países industrializados, o excesso de normas
[45] e regras, devido a preocupações sanitárias
ou estéticas e, nos países em
desenvolvimento, as reduzidas capacidades
de armazenamento e de acesso ao mercado.
O diretor da FAO na Ásia e Pacífico, Hiroyuki
[50] Konuma, alertou que a inflação também é
uma barreira. “Os altos preços, que são 50%
maiores em termos reais comparativamente
há dez anos, aumentam a vulnerabilidade
dos pobres”, disse.
[55] Segundo a FAO pelo menos 2 bilhões de
pessoas são vítimas da subnutrição, no
mundo, 60% delas na região Ásia-Pacífico.
Em todo o planeta, uma em cada oito
pessoas e uma em cada quatro crianças com
[60] menos de cinco anos é vítima de má
nutrição. Ao todo, 165 milhões de crianças
nunca desenvolveram seu potencial
intelectual e físico devido à carência de
nutrientes.
[65] Em um relatório publicado em junho, a FAO
avaliou que o custo da subnutrição e das
carências em micronutrientes representam
de 2% a 3% do Produto Interno Bruto (PIB)
mundial, ou seja, entre US\$ 1,4 bilhão e US\$
[70] 2,1 bilhões. “Conseguir o maior número
possível de alimentos de cada gota de água,
porção de terreno, partícula de fertilizantes e
minuto de trabalho poupa recursos para o
futuro e torna os sistemas mais
[75] sustentáveis”, lembrou a organização em
nota.
Além das pessoas com problemas de
subnutrição, outras 1,4 bilhão estão com
excesso de peso, incluindo 500 milhões de
[80] obesos. A organização destacou a
importância de uma dieta equilibrada para
combater o aumento da obesidade e garantir
a saúde das populações.
Notícia adaptada do portal Rede Brasil Atual publicada 16/10/2013 às 11h18min. Disponível em: https://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2013/10/on u-pede-reducao-do desperdicio-de-alimento-para-reduzirfome-no-mundo-5807.html. Acesso: 10.11.2018.
O texto jornalístico em análise, ao procurar manter a imparcialidade e a objetividade, utiliza-se do discurso direto e do indireto para registrar a fala
I. No trecho “Peritos da ONU calculam que será necessário aumentar em 60% da produção de alimentos para dar conta das necessidades futuras da humanidade, um patamar insustentável para o planeta” (linhas 32-36), o jornalista busca reproduzir literalmente a fala dos peritos da ONU para permanecer sempre fiel aos fatos relatados.
II. O autor se vale do discurso direto no trecho “Conseguir o maior número possível de alimentos de cada gota de água, porção de terreno, partícula de fertilizantes e minuto de trabalho poupa recursos para o futuro e torna os sistemas mais sustentáveis” (linhas 70-75), para validar, de forma segura, a informação transmitida
III. No enunciado “A organização destacou a importância de uma dieta equilibrada para combater o aumento da obesidade e garantir a saúde das populações” (linhas 80- 83), o jornalista se reportou, através do discurso indireto, à fala da organização para adaptá-la aos objetivos da notícia.
IV. No excerto “as superfícies agrícolas utilizadas para a produção de alimentos que não serão utilizados equivalem às do Canadá e da Índia, em conjunto” (linhas 39-42), embora não haja marcas textuais, como o uso do verbo dicendi, e nem tipográficas, como o uso de dois pontos e de travessão, temos um caso de uso do discurso direto, em que o jornalista, para valorizar o que diz o especialista, recupera, pela indicação das aspas, sua fala literal.
Está correto apenas o que se afirma em
II, III e IV.
I, II e III.
I, III e IV..
I, II e IV.