TEXTO:
O lamento das coisas
Triste, a escutar, pancada por pancada,
A sucessividade dos segundos,
Ouço, em sons subterrâneos, do Orbe oriundos,
O choro da Energia abandonada!
[5] É a dor da Força desaproveitada
O cantochão dos dínamos profundos,
Que, podendo mover milhões de mundos,
jazem ainda na estática do Nada!
É o soluço da forma ainda imprecisa...
[10] Da transcendência que se não realiza...
Da luz que não chegou a ser lampejo...
E é em suma, o subconsciente ai formidando*
Da Natureza que parou, chorando,
No rudimentarismo do Desejo!
ANJOS, Augusto. O Lamento das coisas. Disponível em: . Acesso em: 11 nov. 2013.
Analisando-se a mensagem, pode-se afirmar que, para o poeta,
o determinismo rege as ações dos homens, pois a condição humana é rudimentar como a de qualquer outro animal.
muitas das faculdades do ser humano ainda não atingiram o desenvolvimento, devido à sua inércia diante da energia do universo.
o ser humano ultrapassa os seus limites quando se livra dos desejos carnais, alcançando sua maturidade.
a natureza estagnou em sua evolução cósmica, e o ser humano permanece num estágio intermediário de criação, não estando completamente formado.
a tristeza é o que move o ser humano, daí a lamentável condição a que ele foi relegado na escala da vida: ao rudimentarismo animal.