TEXTO
O acendedor de lampiões
Lá vem o acendedor de lampiões da rua!
Este mesmo que vem infatigavelmente,
Parodiar o sol e associar-se à lua
Quando a sombra da noite enegrece o poente!
Um, dois, três lampiões, acende e continua
Outros mais a acender imperturbavelmente,
À medida que a noite aos poucos se acentua
E a palidez da lua apenas se pressente.
Triste ironia atroz que o senso humano irrita: —
Ele que doura a noite e ilumina a cidade,
Talvez não tenha luz na choupana em que habita.
Tanta gente também nos outros insinua
Crenças, religiões, amor, felicidade,
Como este acendedor de lampiões da rua!
(LIMA, Jorge de. Melhores poemas. 3. ed. São Paulo: Global, 2006. p. 25)
É justo afirmar que no poema “O acendedor de lampiões”, de Jorge de Lima, (Texto), se pode notar dois momentos de grande tensão e ironia.
Marque a alternativa correta quanto às partes destacadas do texto que melhor ilustram essa afirmativa:
“Um, dois, três lampiões, acende e continua”; “Outros mais a acender imperturbavelmente”
“Lá vem o acendedor de lampiões da rua!”; “Este mesmo que vem infatigavelmente”
“Um, dois, três lampiões, acende e continua”; “E a palidez na lua apenas se pressente”; “Quando a sombra da noite enegrece o poente!”
“Parodiar o sol e associar-se à lua”; “Ele, que doura a noite e ilumina a cidade, / Talvez não tenha luz na choupana em que habita”.