TEXTO:
Na contemporaneidade, a saúde e a doença
envolvem dimensões subjetivas e não apenas
biologicamente científicas e objetivas, e a normatividade
que define o normal e o patológico varia. As variações
[5] das doenças podem ser verificadas, historicamente,
em relação ao seu aparecimento e desaparecimento,
aumento ou diminuição de sua frequência, da menor
ou maior importância que adquirem em variadas
formas de organização social.
[10] Torna-se necessário o redimensionamento dos
limites da ciência, ampliando a sua interação com
outras formas de se apreender a realidade, e é preciso
inovar na forma de se utilizar a racionalidade científica
para explicar a realidade, e principalmente para agir.
[15] Dessa maneira, a atenção à saúde, hoje, requer
uma mudança na concepção de mundo e na forma
de utilizar o conhecimento em relação às práticas de
saúde, voltando o seu enfoque especialmente para
a promoção da saúde. É muito mais do que uma
[20] aplicação técnica e normativa, ou seja, a promoção
da saúde está relacionada com a potencialização
da capacidade individual e coletiva das pessoas
para conduzirem suas vidas frente aos múltiplos
condicionantes da saúde. Isso significa que é preciso
[25] estar atento aos acontecimentos da realidade, os
quais nos mobilizam para intervir de forma mais
efetiva, especialmente nos contextos vulneráveis.
A promoção da saúde envolve escolhas
relacionadas com valores e processos que não se
[30] expressam por conceitos precisos e mensuráveis.
Nesse sentido, termos novos vêm sendo desenvolvidos
atualmente, tais como empowerment e vulnerabilidade,
permitindo abordagens transdisciplinares, envolvendo
outras áreas do conhecimento e muitos significados
[35] que se originam da consideração da diferença, da
subjetividade e da singularidade do que acontece na
esfera individual e coletiva.
BACKEES, Marli Terezinha Stein et al. Conceitos de saúde e doença ao longo da história sob o olhar epidemiológico e antropológico. Disponível em: http://www.facenf.uerj.br/v17n1/ v17n1a21.pdf. Acesso em: 13 maio 2019. Adaptado.
De acordo com o texto, as práticas médicas, na atualidade,
priorizam a subjetividade, deixando de lado as especificidades da patologia que o enfermo apresenta.
continuam a seguir uma linha de raciocínio orientada tão somente pelos princípios científicos, regulados pela objetividade.
procuram conceituar, objetiva e cientificamente, os males, para, em seguida, atuar em busca de uma terapia condizente com o estado do doente.
revelam-se mais complexas, em virtude do choque que ocorre entre uma realidade diversificada e a formação que receberam os profissionais de saúde, que é voltada para o modelo biomédico.
devem levar em consideração, além das dimensões científicas e objetivas, aspectos relacionados com o meio em que as pessoas vivem, respeitando, assim, a singularidade e as particularidades dos pacientes.