TEXTO II
Soneto de Fidelidade
Vinicius de Moraes
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Com relação ao TEXTO II, julgue as proposições que seguem:
I. “Que” no terceiro verso, é uma conjunção consecutiva que liga a oração subordinada (“Dele se encante mais meu pensamento”) à principal, presente nos dois primeiros versos.
II. A presença do “e”, reiterado diversas vezes no texto, indica dois casos de polissíndeto.
III. “Angústia de quem vive” e “fim de quem ama” são apostos, respectivamente, de “a solidão” e “a morte”.
IV. Em “rir meu riso” (7º verso) temos um caso de objeto direto que contraria a norma culta pois constitui um pleonasmo vicioso.
Estão corretas apenas
I e II.
I, II e IV.
II e III.
I, III e IV.
II, III e IV.