TEXTO II
ENVELHECER
Arnaldo Antunes/ Ortinho/ Marcelo Jeneci
[1] A coisa mais moderna que existe nessa vida é
[envelhecer
[2] A barba vai descendo e os cabelos vão caindo pra
[cabeça aparecer
[3] Os filhos vão crescendo e o tempo vai dizendo que
[agora é pra valer
[4] Os outros vão morrendo e a gente aprendendo a
[esquecer
[5] Não quero morrer pois quero ver como será que deve
[ser envelhecer
[6] Eu quero é viver para ver qual é e dizer venha pra o
[que vai acontecer
(...)
[7] Pois ser eternamente adolescente nada é mais
[démodé* com os ralos fios de cabelo sobre a
[testa que não para de crescer
[8] Não sei por que essa gente vira a cara pro presente e
[esquece de aprender
[9] Que felizmente ou infelizmente sempre o tempo vai
[correr.
(...)
( www.arnaldoantunes.com.br/new/sec_discografia_sel.php?id=679)
Assinale a alternativa que apresenta uma inferência correta.
A expressão “vira a cara para o presente”, no verso 08, foi utilizada no sentido de encarar fixamente o presente.
O eu lírico destaca, nos versos de 02 a 04, apenas as perdas físicas que caracterizam a chegada da velhice.
Conservar os cabelos longos, quando já estão ralos devido à calvície, é uma atitude fora de moda.
No verso 01, é possível perceber uma alusão ao aumento da expectativa de vida na modernidade, já que envelhecer tornou-se comum.