Texto I
Vou-me Embora pra Pasárgada
Manuel Bandeira
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconsequente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive. (...)
Texto II
Vou-me embora de Pasárgada
Millôr Fernandes
Vou-me embora de Pasárgada
Sou inimigo do Rei
Não tenho nada que eu quero
Não tenho e nunca terei
Aqui eu não sou feliz
A existência é tão dura
As elites tão senis
Que Joana, a louca da Espanha,
Ainda é mais coerente
Do que os donos do país.
A gente só faz ginástica
Nos velhos trens da Central
Se quer comer todo dia
A polícia baixa o pau
E como já estou cansado
Sem esperança num país
Em que tudo nos revolta
Já comprei ida sem volta
Pra qualquer outro lugar
Aqui não quero ficar.
Vou-me embora de Pasárgada. (...)
Em relação aos textos, seguem as afirmativas:
I. O texto II imita o texto I, mas com direcionamento crítico.
II. O texto II é, em relação ao texto I, uma paródia.
III. O texto II encena uma repetição do ponto de vista do texto I.
IV. O texto II é fiel ao ponto de vista do texto I.
Está correto o que se afirma apenas em:
II e III.
I, II e III.
I e II
I e III.
II e IV.