Texto I
Texto II
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades
Luiz Vaz de Camões
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.
E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.
Disponível em: https://www.escritas.org/pt/t/2513/mudam-se-ostempos-mudam-se-as-vontades. Acesso em 17 jan. 2022.
Com base no conteúdo e nos aspectos textuais dos Textos I e II, assinale a alternativa correta.
Em conjunto, os elementos verbais e os não verbais presentes na charge fornecem os dados necessários para se compreender a real intenção da cartunista: evidenciar como se dá a mudança no indivíduo, necessariamente, começando pela mudança de ambiente (casa, lar).
O termo “mudanças”, que aparece no segundo quadrinho da charge, pode ser lido tanto no plano material quanto no imaterial e poderia ser substituído por “variações”, sem qualquer alteração de sentido no contexto em questão.
No poema, os versos “Do mal ficam as mágoas na lembrança, / E do bem, se algum houve, as saudades.”, se colocados em ordem direta, seriam redigidos da seguinte forma:” “As mágoas do mal ficam na lembrança” e “As saudades do bem, se houve algum”.
Na quarta e última estrofe do poema, o eu lírico trata de outra mudança também comum: as transformações que o tempo realiza na natureza, as quais assumem formas distintas através dos tempos, conforme se atesta em “Que não se muda já como soía.”.