Texto I
A dança do verbo regente
A imagem de um maestro a conduzir a orquestra com batuta e fraque pode ser severa em demasia. Mas talvez traduza como poucas a ideia que fazemos da regência verbal. Como um maestro, o verbo regente cria uma unidade necessária entre personas diversas, que o seguem a seu sinal. Ele é, no entanto, regente caprichoso: o mesmo verbo pode assumir significados diferentes a cada relação que mantém com seus complementos.
(Revista Língua, edição 45, fevereiro de 2012)
Considerando as informações do Texto I, identifique a alternativa em que o verbo “amar”, tal como no título do livro de Mário de Andrade (Texto II), é intransitivo.
“Que pode uma criatura senão,/entre criaturas, amar/ amar e esquecer (...)?” (Carlos Drummond de Andrade)
“Amar a Deus sobre todas as coisas” (Um dos mandamentos)
“Quero de amor/ Viver no teu coração!/ Sofrer e amar essa dor/ Que desmaia de paixão!” (Álvares de Azevedo)
“Não é maior o coração que a alma/Nem melhor a presença que a saudade/Só te amar é divino, e sentir calma…” (Vinicius de Moraes)
“Amar a nossa falta mesma de amor e na secura nossa/Amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita?” (Carlos Drummond de Andrade)