Texto I
A cigarra e a formiga
Num belo dia de inverno, as formigas estavam tendo o
maior trabalho para secar suas reservas de comida. Depois de
uma chuvarada, os grãos tinham ficado molhados. De repente
aparece uma cigarra:
– Por favor, formiguinhas, me deem um pouco de comida!
As formigas pararam de trabalhar, coisa que era contra
seus princípios, e perguntaram:
– Mas por quê? O que você fez durante o verão? Por
acaso não se lembrou de guardar comida para o inverno?
Falou a cigarra:
– Para falar a verdade, não tive tempo, passei o verão
todo cantando!
Falaram as formigas:
– Bom... Se você passou o verão todo cantando, que tal
passar o inverno dançando? E voltaram para o trabalho dando
risadas.
Moral da história:
Os preguiçosos colhem o que merecem.
(Fábula de Esopo.)
Texto II
Sem barra
Enquanto a formiga
Carrega a comida
Para o formigueiro,
A cigarra canta
Canta o dia inteiro.
A formiga é só trabalho.
A cigarra é só cantiga.
Mas sem a cantiga
Da cigarra
Que distrai da fadiga,
Seria uma barra
O trabalho da formiga!
(PAES, José Paulo. Sem barra – In. Olha o bicho.São Paulo: Ática, 1994.)
Após a leitura dos textos I e II, o processo de intertextualidade pode ser observado, pois
os elementos estruturais utilizados demonstram equivalência quanto à intenção comunicativa.
é possível constatar a manutenção da forma e conteúdos apresentados originalmente no texto I.
há uma divergência entre o ponto de vista do eu lírico no texto II e a moral da fábula apresentada.
o texto II tem como origem os elementos constituintes do texto I, inserindo enunciados já utilizados em um novo texto.