UnB 2009/2

Texto I

[1] A primeira sessão paga de cinema aconteceu no dia

28 de dezembro de 1895, em uma sala nos fundos do Grand

Café, no Boulevard des Capucines, em Paris. Assombrada,

[4] a plateia viu imagens de trabalhadores saindo de uma fábrica

e de um trem chegando à estação. Para os padrões atuais, as

imagens seriam banais, mas, para um mundo acostumado

[7] apenas com os slides estáticos, eram uma revelação. Com a

projeção das imagens em movimento, Louis e Auguste

Lumière realizavam o sonho de muitos inventores — naquela

[10] noite, nascia o cinema.

1.000 que fizeram 100 anos de cinema. In: The Times/IstoÉ. São Paulo: Ed. Três (com adaptações).

Texto II

A Chegada do Trem à Estação (Lumière, 1895), com duração de 50 segundos, narra a chegada de uma locomotiva à plataforma de uma ferrovia repleta de passageiros que a aguardavam. Ao ser projetado, o filme causou espanto diante do público. Como a câmera englobou a totalidade da ação no momento em que o trem chega e para ao lado esquerdo da tela, o público pensou que o trem realmente estava lá, e tamanho foi o medo, que muitos fugiram da sala de exibição, e alguns que permaneceram se esconderam sob as cadeiras.

Fernando Mendonça. A filosofia no cinema.In: Spectrum, p. 103 (com adaptações).

Texto III

Nada nos impede de afirmar que, comparada com a realidade, a aparência da arte seja ilusória; mas, com idêntica razão, se pode dizer que a chamada realidade é uma ilusão ainda mais forte, uma aparência ainda mais enganadora que a aparência da arte. Na vida empírica e sensitiva, chamamos realidade e consideramos como tal o conjunto dos objetos exteriores e das sensações por eles provocadas. No entanto, todo esse conjunto de objetos e sensações é, não um mundo verdade, mas um mundo ilusões. Sabemos como a verídica realidade existe para lá da sensação imediata dos objetos que percebemos diretamente. Antes, pois, ao mundo exterior do que à aparência da arte se aplicará o qualificativo de ilusório. (...) As obras de arte não são, em referência à realidade concreta, simples aparências e ilusões, mas, sim, possuem uma realidade mais alta e uma existência verídica. Caso se queira marcar um fim último à arte, será ele o de revelar a verdade, o de representar, de modo concreto e figurado, aquilo que agita a alma human.

F. Hegel. In: Obras completas, H. G., vol. X.

Texto IV

A teoria de Flaubert sobre o realismo como norma estética evidenciava preocupação apenas com os processos profissionais do romancista. Ele idealizou uma indiferença científica, uma frieza e cuidado na observação dos materiais. Fez uma viagem ao Egito para estudar o cenário da sua novela Salammbô. Mas não se pode dizer que as novelas de Flaubert sejam uma servil tradução dos objetos naturais. “As pessoas creem que estou preso ao real”, disse ele, “quando, na realidade, o detesto”. Esse realismo rapidamente se intensificou na passagem para a fase chamada naturalismo, de que Zola foi o expoente máximo na França.

Wimsatt e Brooks. Crítica literária. Lisboa: Fundação Gulbenkian, 1971, p. 547 (com adaptações).

Texto V

Se tivéssemos de fazer uma trilha sonora para a chegada do trem à estação utilizando como fonte sonora os sons do ambiente da estação, poderíamos planejar a seguinte estrutura musical: som do trem freando lentamente, diminuindo sua velocidade, enquanto se ouve um apito agudo que se repete três vezes; ritmo do movimento da locomotiva ficando mais lento; som do trem diminuindo, e vozes das pessoas na plataforma crescendo de intensidade, de piano para forte; o trem dá seu último suspiro e silêncio. Na plataforma da estação, ouvem-se vozes, choros, pregões de vendedores, sons de carrinhos de carregar bagagem e passos lentos e apressados.

Tendo como referência os fragmentos de textos de I a V apresentados, julgue o item.

No texto I, o sinal de travessão após a palavra “inventores” (l.9), devido à função que exerce no período, pode ser substituído pelo sinal de dois-pontos, sem prejuízo da correção gramatical do texto.

a

CERTO

b

ERRADO

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Resposta
A
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