TEXTO I
[01]Quando se pensa em traçar um histórico sobre o aprendizado
[02]de línguas estrangeiras, poderia se retroceder aos primórdios dos
[03] tempos globalizantes, com os acadianos tentando se comunicar
[04] com os sumérios na antiga Mesopotâmia, por volta de 3.000 a.C.,
[05] ou às conquistas do antigo império egípcio, ou ainda do império dos
[06] romanos, eles mesmos aprendendo o grego como segunda língua, em
[07] reconhecimento ao prestígio daquela civilização. É possível afirmar
[08] que, desde os primeiros intercâmbios entre sociedades, quando
[09] civilizações descobriram e dominaram outros povos, a necessidade de
[10] entendimento entre falantes de línguas distintas levava interessados a
[11] aprender novos idiomas com o propósito mais natural, o de comunicar-se;
[12] buscava-se, como hoje, a oralidade numa língua estrangeira em
[13] situações comunicativas.
[14]À parte o estudo do grego e do latim (este, detentor, por longo
[15] período, do título de língua franca), que se restringira à gramática e
[16] à tradução para fins culturais, políticos ou religiosos, é a partir de
[17] meados do século XVII [...] que a necessidade de aprender um novo
[18] idioma, com o intento genuíno de comunicação, se intensificou.
Vera Hanna, Línguas estrangeiras: o ensino em um contexto cultural
TEXTO II
[01]O domínio de uma língua estrangeira, em especial o inglês,
[02] é uma exigência cada vez mais frequente nas empresas. A maior
[03] parte dos candidatos às vagas, por sua vez, atesta no currículo que
[04] fez cursos – o que em geral é verdade. Mas, na prática, são poucos
[05] os que sustentam uma entrevista mais detalhada em outro idioma
[06] ou mantêm uma conversação em inglês sem grande esforço. Para
[07] muitos prevalece a sensação de só cometer um erro após outro. E o
[08] pior é que a insegurança quanto à gramática e o medo de cometer
[09] equívocos terminam por comprometer as possibilidades de acerto.
[10] Em muitos casos, nem mesmo anos de aula mudam essa situação.
Jan Dönges, Revista Mente e Cérebro
Pode-se afirmar que há uma relação intertextual entre os textos porque:
tratam de assunto relacionado, cada um a partir de seu ponto de vista.
o texto I procura justificar os argumentos apresentados no texto II.
o texto II procura, essencialmente, contrariar os argumentos do texto I.
os tipos textuais são diferentes, pois o texto I é narrativo, e o II não.
o texto II cita diretamente fragmentos textuais presentes no texto I.