Texto
Fomos todos adolescentes
A adolescência é normalmente tida como uma “fase”. Um período de transição e amadurecimento que nos prepara para ser adultos. A começar pela própria origem da palavra, “adoecer”, a adolescência tem sido conceituada como uma etapa difícil, uma “crise” a ser superada. Assim, o adulto tende a desdenhar o comportamento instável do adolescente, ora agressivo, ora melancólico. “Ah, esses adolescentes”, exclamamos do alto da nossa seriedade e/ou indiferença. Não nos reconhecendo neles, ajudamos a criar um intervalo geracional sombrio, que termina fazendo mal a eles e a nós mesmos.
Pra mim, pretender que a adolescência seja uma fase “superada” é uma visão reducionista. A espontaneidade da criança e o inconformismo do adolescente deveriam ser preservados – em forma sólida, amadurecida – no corpo de qualquer adulto. A adolescência não é apenas uma fase, uma etapa de rebeldia impensada e paixões exageradas que não servem à vida prática, profissional e matrimonial. Adolescência é, antes, um estado de espírito e, como tal, deve ser respeitada por nossa sensibilidade.
Daniel Piza, Jornalista e escritor Pais & Teens. São Paulo, Instituto Paulista de Adolescência, nº 4, maio/ jun./jul.97.
O autor do Texto estabelece uma comparação entre a criança e o adolescente.
A que comparação ele se refere? Assinale a alternativa correta.
A criança e o adolescente são sombrios.
A criança é real e o adolescente é instável.
A criança é indiferente e o adolescente é preservado.
A criança é espontânea e o adolescente é inconformado.
A criança é mimada e o adolescente é intransigente.