TEXTO:
Entre brumas, ao longe, surge a aurora.
O hialino orvalho aos poucos se evapora,
Agoniza o arrebol.
A catedral ebúrnea do meu sonho
Aparece, na paz do céu risonho,
Toda branca de sol.
E o sino canta em lúgubres responsos:
“Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!”
[...]
Por entre lírios e lilases desce
A tarde esquiva: amargurada prece
Põe-se a lua a rezar.
A catedral ebúrnea do meu sonho
Aparece, na paz do céu tristonho,
Toda branca de luar.
E o sino chora em lúgubres responsos:
“Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!”
GUIMARAENS, Alphonsus de. A catedral. Cantos de amor, Salmos de preces. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1972. p. 158.
“E o sino canta em lúgubres responsos:
‘Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!’
[...]
E o sino chora em lúgubres responsos:
‘Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!’ ”
Esses versos sugerem
o desejo da voz poética de evadir-se para uma realidade sobrenatural inacessível.
o estado emocional do sujeito poético por meio de personificação e onomatopeia.
a negação do bem espiritual através da reiteração dos sentimentos.
uma realidade paradoxal inerente à condição humana.
uma comparação entre o humano e o inumano.