FASA 2018/2

TEXTO:

 

  É inegável o caráter plural do brasileiro em

função da mestiçagem de seu povo, pano de fundo

das expressões culturais mais diversas ao longo do

território brasileiro. Poderia parecer fácil e sem

[5] obstáculos falar a respeito de diversidade em um país

mestiço, como o Brasil. No entanto, à qual diversidade

nos referimos?

  Segundo Sueli Carneiro, líder e ativista de

movimentos de direitos dos negros e pertencente ao

[10] Conselho Deliberativo da Care Brasil, “o primeiro

receio que o debate sobre a diversidade provoca é

que se preste à despolitização dos processos de

exclusão e discriminação que os ‘diferentes’ sofrem

em nossa sociedade, ou seja, a forma pela qual

[15] historicamente esse ‘diferente’ vem sendo construído,

em oposição a uma universalidade cultural branca e

ocidental, supostamente legítima para se instituir como

paradigma, segundo o qual a identidade ou a diferença

dos diversos povos da terra sejam medidas.”

[20]   Essas questões vêm à tona quando falamos de

diversidade como sinônimo de diferença. As

diferenças físicas, étnicas, culturais, de gênero, etárias

são um fato, mas não são o foco da discussão. O

ponto crucial do debate sobre diversidade é a

[25] percepção, a reflexão e a atuação sobre os

mecanismos sociais que transformam as diferenças

em desigualdade, a ponto de apagar a realidade da

igualdade na diferença.

  Propõe-se, portanto, que diversidade seja

[30] compreendida como um valor, em que estão

implicadas e articuladas as seguintes ideias: de

igualdade na diferença, de diferença na igualdade, de

diferença socialmente transformada em desigualdade.

  Igualdade na diferença significa valorizar a

[35] humanidade que provém de todo e qualquer indivíduo,

base da ideia de direitos humanos.

  Diferença na igualdade define que as

peculiaridades das pessoas devem ser reconhecidas,

à medida que impliquem adaptações para

[40] que sua participação social seja efetivada. Essa idea

está na base do surgimento do conceito de

diversidade.

  Diferença socialmente transformada em

desigualdade visa ao resgate dos direitos humanos e

[45] à valorização da diferença como formas de

desconstruir a desigualdade. Essa é a base que

fundamenta a prática da diversidade como valor.

  Por anos viveu-se a hegemonia dos iguais,

ficando difícil romper com essa visão e perceber que

[50] a diversidade não é problema. A promoção da

diversidade como valor é a condição que viabiliza o

surgimento do novo. Costuma-se colocar o “diferente”

na figura do outro, que se torna um dessemelhante. É

necessário que se perceba que todos somos]

[55] diferentes. “Não há um lugar ‘normal’ de onde se olha

a humanidade à procura dos ‘outros’. Somos todos

diversos e promover a diversidade é valorizar essa

condição” (Políticas da Diversidade em Portugal).

  É necessário ir além da constatação de que

[60] somos todos diferentes. É preciso localizar e corrigir

as distorções minorando ou eliminando os mecanismos

produtores de desigualdade.

  Não se trata de fazer ufania das diferenças,

desconsiderando-se os critérios de competência e

[65] habilidades pessoais. Ao contrário, trata-se de detectar

aqueles talentos socialmente emudecidos, para que

todos ganhem com a convivência e participem da

promoção incondicional da diversidade como valor.

A diversidade como valor em uma sociedade inclusiva. Sistema Sorri. Disponível em: http://sorri.com.br/diversidade_como_valor. Acesso em: 22 maio 2018. Adaptado.

Considerando-se o caráter multirracial do Brasil, parecem um despropósito as discussões sobre diversidade, no entanto faz-se necessária uma análise mais apurada desse tema. Por isso, para a ativista Sueli Carneiro, o debate sobre diversidade é

a

indiferente, já que existem políticas assertivas de valorização das diferenças com significativo sucesso. 

b

promissor, porque esclarece o quanto já se faz pelos “diferentes” em toda a extensão territorial e se poderá fazer em prol dos desfavorecidos. 

c

desnecessário, uma vez que a população brasileira é miscigenada, portanto receptiva às diferenças multiculturais e multirraciais.

d

preocupante, pela possibilidade de perda de uma política de conscientização construída historicamente e implantada na sociedade.

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D
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