TEXTO:
A Medicina como síntese ativa de ciência e arte
Toda racionalidade médica, independentemente de
seu paradigma, caracterizou-se historicamente por
sintetizar, em uma atividade (práxis), a arte de curar
doentes (techne) e um conhecimento ou ciência de
[5] doenças (gnose, episteme). A história dessa atividade
é, talvez, tão antiga como o próprio homem na Terra, e
durante milênios não houve, aparentemente, na práxis
desse mediador entre os homens, o sofrer e a morte,
nenhuma divisão entre conhecimento e arte.
[10] A origem do conhecimento do médico era sagrada
e, em sua experiência pessoal vivida, que incluía uma
socialização e um treinamento de natureza esotérica,
este sintetizava episteme e techne.
De qualquer forma, a natureza do saber,
[15] nitidamente filosófico (religioso ou não), diferia
essencialmente do saber moderno, que busca o
científico como ideal de verdade desde o século XVII.
Nesse contexto, a Medicina ocidental pode ser vista
como uma racionalidade médica específica, inserida em
[20] uma história cultural também específica, conhecida como
civilização ocidental.
Houve, portanto, um percurso progressivo de
separação histórica e cultural entre os dois termos
básicos que constituem o cerne da Medicina, isto é, o
[25] conhecimento das doenças e a arte de curar, o que não
foi seguido pelas medicinas orientais.
LUZ, Madel. A medicina como síntese ativa de ciência e arte. Disponível em: . Acesso em: 31 ago. 2014. Com ajustes.
Está correta a compreensão que se faz do fragmento transcrito em
“A história dessa atividade é, talvez, tão antiga como o próprio homem na Terra” (l. 5-6) é uma afirmativa centrada em ideias correlatas, que não deixa patente, contudo, a certeza do que enuncia.
e durante milênios não houve, aparentemente, na práxis desse mediador entre os homens, o sofrer e a morte, nenhuma divisão entre conhecimento e arte.” (l. 6-9) integra uma informação que, pautada em negativas, desconstrói o que foi afirmado anteriormente sobre o assunto enfocado.
“A origem do conhecimento do médico era sagrada e, em sua experiência pessoal vivida, que incluía uma socialização e um treinamento de natureza esotérica, este sintetizava episteme e techne.” (l. 10-13) constitui uma frase em que o termo “este” faz uma retomada do substantivo “treinamento” para estabelecer uma oposição com “conhecimento”.
“De qualquer forma, a natureza do saber, nitidamente filosófico (religioso ou não), diferia essencialmente do saber moderno” (l. 14-16) apresenta o termo “saber”, na segunda ocorrência, ressignificado.
“Nesse contexto, a Medicina ocidental pode ser vista como uma racionalidade médica específica, inserida em uma história cultural também específica, conhecida como civilização ocidental.” (l. 18-21) encerra uma declaração em que fica explicitada a ideia de que só na civilização ocidental houve um avanço considerável da práxis médica através do tempo.