Texto 4 - A Linha e o Linho
Lenine
É a sua vida que eu quero bordar na minha
Como se eu fosse o pano e você fosse a linha
E a agulha do real nas mãos da fantasia
Fosse bordando ponto a ponto nosso dia-a-dia
E fosse aparecendo aos poucos nosso amor
Os nossos sentimentos loucos, nosso amor
O zig-zag do tormento, as cores da alegria
A curva generosa da compreensão
Formando a pétala da rosa, da paixão
A sua vida o meu caminho, nosso amor
Você a linha e eu o linho, nosso amor
Nossa colcha de cama, nossa toalha de mesa
Reproduzidos no bordado
A casa, a estrada, a correnteza
O sol, a ave, a árvore, o ninho da beleza
Qual a única afirmativa verdadeira a respeito do texto “A linha e o linho”?
No segundo verso, não podemos dizer que ocorre uma metáfora, devido ao fato de o conectivo comparativo “como” estar explícito.
“Zig-zag” é uma tentativa de imitação de um som ou ruído natural, que chamamos de metonímia.
O eu-lírico tem a intenção de transmitir seus sentimentos, por isso faz uso da função poética e de uma linguagem predominantemente denotativa.
Em sentido figurado, poderíamos dizer que, nos versos 8 (oito) e 9 (nove), a paixão é a responsável pela construção no bordado da vida de uma pétala de rosa.
Fica clara, no texto, uma submissão do eu-lírico em relação à amada, tendo em vista que ela é quem comanda o processo criativo do bordado.