TEXTO 3
Demônios
[1] A língua vil, ignívoma, purpúrea
Dos pecados mortais bava e braveja,
Com os seres impoluídos mercadeja,
Mordendo-os fundo, injúria por injúria.
[5] É um grito infernal de atroz luxúria,
Dor de danados, dor do Caos que almeja
A toda alma serena que viceja,
Só fúria, fúria, fúria, fúria, fúria!
São pecados mortais feitos hirsutos
[10] Demônios maus que os venenosos frutos
Morderam com volúpias de quem ama...
Vermes da Inveja, a lesma verde e oleosa,
Anões da Dor torcida e cancerosa,
Abortos de almas a sangrar na lama!
Cruz e Sousa, Últimos Sonetos. www.dominiopublico.gov.br
Analise as proposições em relação ao poeta Cruz e Sousa, à sua obra e ao poema Demônios, e assinale (V) para verdadeira e (F) para falsa.
( ) É comum na poética do simbolista catarinense a ausência de verbos e a elaboração de estrofes em estilo nominal, como ocorre na última estrofe do poema.
( ) O poema aborda o mal causado pelos demônios, e a leitura do poema leva o leitor a inferir que os demônios são os próprios homens, que invejam, atentam e agridem o seu semelhante.
( ) A repetição de palavras ou versos é, também, uma característica do Simbolismo, para conferir à poesia musicalidade e poder de sugestão. O poema apresenta essa particularidade.
( ) Nos versos 1 e 7 "A língua vil, ignívoma, purpúrea" / "A toda alma serena que viceja" há uma figura de linguagem denominada assonância.
( ) A partícula “os” (verso 4) exerce a função morfossintática de pronome pessoal oblíquo e sujeito simples.
Assinale a alternativa correta, de cima para baixo,
V – V – V – V – V
F – V – V – V – F
V – F – V – V – V
F – F – F – V – F
F – V – F – V – F