EPCAR 2013

Texto 1

Você reconhece quando chega a felicidade?

 

Tenho uma forte antipatia pela obrigação de ser

feliz que acompanha o Carnaval. Quem foge da folia

ganha o rótulo de antissocial, depressivo ou chato. Nada

contra o Carnaval. Apenas contra essa confusão de

conceitos. Uma festa alegre não significa que você

esteja plenamente feliz. E forçar uma situação de

felicidade tem tudo para terminar em arrependimento e

frustração.

Aliás, você reconhece a felicidade quando ela

chega? Sabe que está sendo feliz naquele momento?

Espere um pouco antes de responder. Pense de novo.

Estamos falando de felicidade! Não de uma

alegria qualquer. E qual é a diferença? Bem, descrever

a felicidade não é fácil. Ela é muito recatada. Não fica ali

posando para foto, sabe? Mas um Manual de

Reconhecimento da felicidade diria mais ou menos o

seguinte: ela é mansa. Não faz barulho. Ao mesmo

tempo é farta. Quando chega, ocupa um espaço

danado. Apesar disso, você quase não repara que ela

está ali. Se chamar a atenção, não é ela. É euforia.

Alegria. A licenciosidade de uma noite de Carnaval. Ou

um reles frenesi qualquer, disfarçado de felicidade.

A dita cuja é discreta. Discretíssima. E muito

tranquila. Ela o faz dormir melhor. E olha, vou lhe contar

uma coisa: a felicidade é inimiga da ansiedade. As duas

não podem nem se ver. Essa é a melhor pista para o

seu Manual de Reconhecimento da Felicidade. Se você

se apaixonou e está naquela fase de pura ansiedade,

mesmo que esteja superfeliz, não é felicidade. É

excitação. Paixonite. Quando a ansiedade for embora,

pode ser que a felicidade chegue. Mas ninguém

garante.

É temperamental a felicidade. Não vem por

qualquer coisa. E para ficar então... hi, não conheço

nenhum caso de alguém que a tenha tido por perto a

vida inteira. Por isso é tão importante reconhecê-la

quando ela chega. Entendeu agora por que a minha

pergunta? Será que você sabe mesmo quando está

feliz?

Ou será que você só consegue saber que foi feliz

quando a felicidade já passou?

Eu estudo muito a felicidade. Mas não consigo

reconhecê-la. Talvez porque eu seja péssima

fisionomista. Ou porque ela seja muito mais esperta do

que eu. Mais sábia. Fato é que eu só sei que fui feliz

depois. No futuro. Olho para o passado e reconheço:

“Nossa, como eu fui feliz naquela época!” Mas no

presente ela sempre me dá uma rasteira. Ando por aí,

feliz da vida e nem sei que estou nesse estado. Por isso

aproveito menos do que poderia a graça que é ter

assim, tão pertinho, a tal felicidade.

Nos últimos tempos, dei para fazer uma lista de

momentos felizes. E aqui é importante deixar claro que

esses momentos devem durar um certo período de

tempo. Um episódio isolado feliz  como quatro dias de

Carnaval, por exemplo  não significa felicidade. A

felicidade, quando vem, não vem de passagem. Não

dura para sempre, mas dura um tempinho. Gosta de

uma certa estabilidade, [...] Sabendo quando você foi

feliz, é mais fácil descobrir por que foi feliz. Para ser

ainda mais funcional, é bom que a lista seja cronológica.

Lendo a minha, constato que fico cada vez mais feliz e

por mais tempo.

Será que ela está aqui agora? Não sei dizer. Mas

a paz de que desfruto agora é um sintoma dela. E isso

não tem nada a ver com a tal obrigação de ser feliz

desfilando no Sambódromo. Continuo meus estudos. Já

tenho certeza de que hoje sou mais amiga da felicidade

do que jamais fui em qualquer tempo.

 

Ana Paula Padrão (adaptado) Revista ISTOÉ 2206, de 22/02/2012

Assinale a alternativa em que a vírgula é empregada pelo mesmo motivo da utilizada no exemplo abaixo.

 

“Quando chega, ocupa um espaço danado.” (l. 18 e 19)

a

“Ando por aí, feliz da vida e nem sei que estou nesse estado.” (l. 48 e 49)

b

“Não dura para sempre, mas dura um tempinho.” (l. 57 e 58)

c

“Nossa, como eu fui feliz naquela época!” (l. 47)

d

“Se chamar a atenção, não é ela.” (l. 20)

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D
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