Teoricamente, o nacionalismo independe do Romantismo, embora tenha encontrado nele o aliado decisivo. Há na literatura do período uma aspiração nacional, definida claramente a partir da Independência e precedendo o movimento romântico. (...) Nem é de espantar que assim fosse, pois além da busca das tradições nacionais e o culto da história, o que se chamou em toda a Europa “despertar das nacionalidades”, em seguida ao empuxe napoleônico, encontrou expressão no Romantismo. Sobretudo nos países novos como o nosso o nacionalismo foi manifestação de vida, exaltação afetiva, tomada de consciência, afirmação do próprio contra o imposto.
(Adaptado de: CANDIDO, Antonio. Formação da Literatura Brasileira. São Paulo: Martins, 1971. 2 v. pp. 14-15)
O sentimento a que o texto se refere esteve presente nas unificações da Itália e da Alemanha. É correto afirmar que a unificação tardia destes dois Estados provocou profundas transformações no cenário europeu, pois, a partir da unificação,
os movimentos sociais na Alemanha e na Itália tiveram como objetivos a independência econômica frente à intervenção inglesa e a manutenção da estrutura de produção.
a valorização do arianismo como instrumento de recuperação do homem germânico e italiano e criador do “espaço vital” acirrou a rivalidade entre os países capitalistas europeus.
as lutas sociais acentuadamente comunistas, na Itália e na Alemanha, alteraram o quadro político europeu e tiveram papel preponderante na formação dos novos Estados.
a instabilidade política e social na Alemanha e principalmente na Itália impulsionou as disputas colonialistas e o conflito entre as potências europeias e levou às guerras mundiais.
a Itália e principalmente a Alemanha se tornaram Estados industrializados e entraram na disputa imperialista, um dos principais motivos das duas grandes guerras.