Suspensão de blog com livros piratas cria discussão na web
Uma mensagem de violação dos termos de uso anunciou semana passada aos milhares de visitantes diários do blog Livros de Humanas a suspensão da página, que era hospedada pelo Wordpress. Criado em 2009 por um aluno da USP, o blog formou em pouco mais de dois anos uma biblioteca maior do que a de muitas faculdades brasileiras. Até sair do ar, reunia 2.496 títulos, entre livros e artigos, de filosofia, antropologia, teoria literária, ciências sociais, história etc. Um acervo amplo, de qualidade, que podia ser baixado imediatamente e de graça.
Muitas pessoas, é claro, adoravam a página. Entre elas, no entanto, não estavam os editores dos livros reunidos ali. A biblioteca do Livros de Humanas era toda formada sem qualquer autorização.
“É óbvio que o blog desrespeita a legislação vigente” - diz o criador da página, que mantém anonimato, numa entrevista por e-mail. – “Mas não porque somos bandidos, mas porque a legislação é um entrave para o desenvolvimento do pensamento e da cultura no país.”
O mesmo argumento foi defendido nos últimos dias no Twitter por intelectuais como o crítico literário Idelber Avelar, o antropólogo Eduardo Viveiros de Castro, a escritora Verônica Stigger e o poeta Eduardo Sterzi. Do outro lado da discussão, críticas à pirataria. A Editora Sulina, que vinha pedindo a remoção da página, falou em "apropriação indevida" e o escritor Juremir Machado escreveu: "Quem chama pirataria de universalização da cultura é babaca q ñ vende livro, mas quer q alguém pague a conta. Livro tem de ser barato e pago".
O caso chama atenção para a ampliação da circulação de arquivos digitais de livros na internet, uma prática que dá novo sentido e escala à discussão sobre a circulação de cópias xerocadas no meio acadêmico.
(Fonte: http://oglobo.globo.com/blogs/prosa/posts/2011/04/29/suspensao-de-blog-com-livros-piratas-cria-discussao-na-web-377257.asp).
De acordo com o texto, o blog
constitui uma contravenção, assumida por seu próprio criador, o qual, no entanto, considera a punição muito severa para quem comete esse tipo de crime.
foi retirado da internet por violar a autoria das obras publicadas.
tinha um acervo variado e era publicado gratuita e especificamente para alunos do curso de letras da USP.
foi suspenso pela Editora Sulina, que classificou a prática do blog como “pirataria”.
evidencia que a prática de copiar obras ilegalmente, comum em universidades, agora tem ramificações no mundo virtual.