Sunetto Crassico
Sette anno di pastore, Giacó servia Labó,
Padre da Raffaela, serrana bella,
Ma non servia o pai, che illo non era trouxa nó!
Servia a Raffaela p’ra si gazá c’oella.
[05] I os dia, na speranza di un dia só,
Apassava spiano na gianella;
Ma o páio, fugino da gombinaçó,
Deu a Lia inveiz da Raffaela.
Quano o Giacó adiscobri o ingano,
[10] E che tigna gaido na sparella,
Ficô c’um brutto d’um garó di arara,
I incominciô di servi otros sette anno
Dizeno: Si o Labó non fossi o pai d’ella
Io pigava elli i li quibrava a gara.
Juó Bananere
Tendo como base o poema modernista brasileiro de Juó Bananere, é correto afirmar que o autor:
resgata o tema já utilizado por Luís de Camões, mas concede a ele uma visão mais estereotipada e romântica, como em Servia a Raffaela p’ra si gazá c’oella. (linha 04).
valendo-se de uma linguagem macarrônica, representando o falar dos italianos que imigraram para o Brasil nos idos do século XIX e do século XX, critica a visão portuguesa medieval do amor.
recorre à intertextualidade para conceder um olhar irônico ao tema já explorado por Luís de Camões, como em Ma non servia o pai, che illo non era trouxa nó! (linha 03).
resgata o tema já utilizado por Luís de Camões mas concede a ele uma visão mais ufanista da pátria brasileira, como em Ficô c’um brutto d’um garó di arara, (linha 11).
compõe seus textos calcados na ironia, retomando características do teatro vicentino e antecipando características determinantes da poesia da Geração de 1930, cujo expoente é João Cabral de Melo Neto.