Soneto a D. Ângela de Sousa Paredes
Não vira em minha vida a formosura,
Ouvia falar nela cada dia,
E ouvida, me incitava e me movia
A querer ver tão bela arquitetura:
Ontem a vi, por minha desventura
Na cara, no bom ar, na galhardia
De uma mulher, que em Anjo se mentia,
De um Sol que se trajava em criatura.
Matem-me, disse eu, vendo abrasar-me,
Se esta a causa não é, que encarecer-me
Sabia o mundo, e tanto exagerar-me!
Olhos meus, disse então, por defender-me,
Se a beleza hei de ver para matar-me,
Antes, olhos cegueis, do que eu perder-me.
(In MOISÉS, Massaud. 2000, 22ª edição, p. 42)
Após a leitura do soneto de Gregório de Matos, assinale a alternativa CORRETA sobre o uso da linguagem literária: