SONETO 204 AO RAPPER
De cor, mulato, pardo, negro, preto.
O branco é simplesmente branco, e só.
Você quer mais respeito, não quer dó.
Quer ser um cidadão, não quer o gueto.
No Sul, no Pelourinho, no Soweto,
lutando contra o falso status quo
da máscara, a gravata e o paletó:
A letra é mais comprida que um soneto.
Seu canto já foi blues, quase balada;
Foi soul, foi funk e reggae; agora é bala
perdida em tiroteio de emboscada.
Xerife do xadrez, você não cala:
leva a periferia pra parada,
de sola entra no som da minha sala.
Disponível em: . Acesso em: 5 nov. 2015.
Acerca da estrutura métrica e rimática do poema acima, umsoneto de autoria de Glauco Mattoso, pode-se afirmar a presença de
versos decassílabos, com esquema de rimas em ABBA BAAB CDE CDE.
versos decassílabos, com esquema de rimas em ABBA BAAB CDC DCD.
versos alexandrinos, com esquema de rimas em ABAB CDCD EFG EFG.
versos em redondilhas maiores, com esquema de rimas em ABBA BAAB CDE CDE.
versos em redondilhas menores, com esquema de rimas em ABBA CDDC EFG EFG.