Sobre Várias histórias (1896), de Machado de Assis, assinale a alternativa INCORRETA.
Em “Conto de escola”, o narrador em primeira pessoa, com base no modo machadiano de narrar, relembra um evento de sua infância no qual seu professor, Policarpo, pune-o por ter auxiliado, mediante pagamento, seu colega de classe, Raimundo, em uma lição de sintaxe. Essa punição tem um desfecho surpreendente: no dia seguinte, ao procurar a moedinha, o narrador mata aula, porque se encanta com o tambor de um batalhão de fuzileiros.
Em “D. Paula”, o narrador em terceira pessoa conta a história da intervenção de uma tia em uma briga conjugal, da qual se desdobra uma segunda consequência para a narrativa: a briga do casal faz a viúva, austera e respeitável, relembrar, com certa nostalgia, um antigo caso extraconjugal que ela tivera com um homem, cujo parente, possivelmente o filho, é a razão da atual briga entre a sobrinha e seu esposo.
Em “Mariana”, o narrador em terceira pessoa conta a história do reencontro de um casal de ex-amantes, Evaristo e Mariana, após um lapso de dezoito anos. Esse reencontro revela para Evaristo outra faceta sobre seu antigo caso: a efusão amorosa que pautou a relação adúltera – Mariana quase se suicidou por conta do rompimento entre os dois – desapareceu a ponto de tornar-se, segundo o comportamento da moça, indiferença, quando do reencontro.
Em “O enfermeiro”, o narrador em terceira pessoa conta a história de Procópio, homem que se emprega na casa do coronel Felisberto, localizada em uma vila do interior, para auxiliá-lo por conta de uma doença terminal, um aneurisma. Por conta de sua dedicação e tolerância – o coronel era um homem temperamental e violento –, Procópio herda todos os bens de seu patrão, após acompanhar, caridosamente, o seu longo padecimento.
Em “A desejada das gentes”, narrativa construída no modo dramático, conta-se a história do singular caso amoroso do personagem Conselheiro que, em sua juventude, depois de disputar com seu amigo João Nóbrega os amores de Quintília, moça bela e rica, desenvolve um laço afetivo que não consegue se concretizar em relação matrimonial até o momento da morte de sua amada, quando decide, então, casar-se com ele em seu leito de morte.