Sobre sucessão ecológica são feitas as seguintes proposições:
I. Na observação do processo de sucessão ecológica é possível identificar um progressivo aumento na biodiversidade de espécies e na biomassa total. As teias e cadeias alimentares se tornam cada vez mais complexas e ocorre a constante formação de novos nichos. A estabilidade de uma comunidade clímax está em grande parte associada ao aumento da variedade de espécies e da complexidade das relações alimentares.
II. Apesar da biomassa total e a biodiversidade serem maiores na comunidade clímax, temos algumas diferenças em relação à produtividade primária. A produtividade bruta (total de matéria orgânica produzida) em comunidades clímax é grande, sendo maior do que as das comunidades antecessoras. Entretanto a produtividade líquida é próxima a zero, pois toda a matéria orgânica que é produzida é consumida pela própria comunidade. Por isso uma comunidade clímax é estável, ou seja, não está mais em expansão. Em comunidades pioneiras e de transição (Seres), ocorre um excedente de matéria orgânica (Produtividade líquida) que é exatamente utilizada para a evolução do processo de sucessão ecológica.
III. Seres vivos capazes de se instalar em ambientes inóspitos devem ser bem adaptados e pouco exigentes. Estes são os liquens, que conseguem sobreviver apenas com água, luz e pouca quantidade de sais minerais. Isso caracteriza a formação de uma comunidade pioneira ou ecese. Os liquens por serem os primeiros seres a se instalarem, são chamados de "organismos pioneiros". A atividade metabólica dos liquens vai lentamente modificando as condições iniciais da região. Os liquens produzem ácidos orgânicos que corroem gradativamente a rocha, formando através da erosão as primeiras camadas de solo.
IV. A sucessão em florestas ocorre de maneira dinâmica, mesmo sem a interferência do homem. Grandes árvores caem (por ação do vento, chuva, raios), ocasionando também a queda ou quebra de outras árvores em sua trajetória. Cria-se assim uma clareira aonde a luz solar chega com intensidade, e os organismos menores , adaptados ao ambiente sombreado que o dossel oferecia, perecem. Começa assim um processo de sucessão.
V. Na lagoa, o plâncton é o primeiro sistema de produtores que se desenvolve. Quando os seus cadáveres começam a enriquecer o fundo das margens com material orgânico, a vegetação aquática pode aí se estabelecer. As folhas e caules mortos aumentam o húmus do fundo, e de ano para ano a vegetação avança das margens para o centro. Na borda, onde estavam as plantas pioneiras, começam a aparecer arbustos lenhosos e, depois de certo tempo, as árvores. O terreno eleva-se graças à sedimentação de restos vegetais e, finalmente, onde estavam, de início, as plantas aquáticas fixam-se arbustos e árvores, e o que era, de início, o charco marginal se transforma em terra firme, formando assim um novo ecótono. Através deste processo de sucessão, todos os lagos e lagoas tendem a desaparecer. Neste caso, a sucessão é conhecida como destrutiva.