Sobre mercantilismo e processo de colonização do Brasil, leia os fragmentos abaixo.
Fragmento 1
“O monopólio do comércio das colônias pela metrópole define o sistema colonial porque é através dele que as colônias preenchem a sua função histórica, isto é, respondem aos estímulos que lhes deram origem, que formam a sua razão de ser, enfim, que lhes dão sentido. [...] o sistema colonial promovia, ao mesmo tempo acumulação de capitais, por parte dos grupos empresariais, e expansão dos mercados consumidores dos produtos manufaturados. [...] É nesse contexto que se torna possível compreender o modo como se organizaram nas colônias as atividades produtivas [...].”
(NOVAIS, Fernando A. O Brasil nos quadros do antigo sistema colonial)
Fragmento 2
“[...] a colonização dos trópicos toma o aspecto de uma vasta empresa comercial, mais completa que a antiga feitoria, mas sempre com o mesmo caráter que ela, destinada a explorar os recursos naturais de um território virgem em proveito do comércio europeu. É este o verdadeiro sentido da colonização tropical, de que o Brasil é uma das resultantes [...].”
(PRADO JR., Caio. Formação do Brasil contemporâneo)
Analisando os fragmentos acima, é correto afirmar:
Segundo os fragmentos, a colonização do Brasil foi organizada a partir da exploração de recursos naturais, monopólio sobre o comércio e a produção colonial, e sistema de acumulação de riqueza voltado para os interesses de grupos empresariais da metrópole. Podemos considerá-las características do mercantilismo e sistema colonial praticados no Brasil entre os séculos XVI e XVIII.
Nos fragmentos apresentados no enunciado da questão, Caio Prado Jr. e Fernando Novais possuem ideias divergentes. Para Fernando Novais, o sentido da colonização do Brasil reside na liberdade de diferentes nações em acumular riquezas a partir do comércio de manufaturas praticado autonomamente no Brasil. Para Caio Prado Jr., a riqueza era resultado apenas da exploração de recursos naturais sem associação de uma vasta empresa comercial.
O monopólio comercial da colônia pela metrópole não pode ser considerado uma das características da prática do mercantilismo, pois limitaria a expansão do mercado.
A exploração dos recursos naturais se limitaram apenas ao pau-brasil e minerais preciosos como o ouro, ambos encontrados na natureza. A cana-de-açúcar, o algodão e o tabaco não devem ser considerados produtos oriundos da exploração dos recursos naturais, pois são produções artificiais resultantes da intervenção humana e trabalho escravo.
O comércio europeu e os interesses metropolitanos não foram preponderantes para definir o sentido e a forma de produção e exploração colonial no Brasil. As colônias, a exemplo do Brasil e dos E.U.A., por possuírem plena autonomia econômica em relação às metrópoles europeias, formaram Impérios Coloniais com suas próprias metrópoles, como Salvador que foi a sede do Governo Geral no Brasil.
A questão aborda o tema do mercantilismo e do processo de colonização do Brasil, com foco na exploração de recursos naturais, monopólio comercial e acumulação de riquezas. A resposta correta (opção A) é baseada na análise dos fragmentos de textos de Fernando A. Novais e Caio Prado Jr., que descrevem a colonização do Brasil como uma vasta empresa comercial destinada a explorar os recursos naturais em benefício do comércio europeu, e o monopólio do comércio das colônias pela metrópole como uma característica definidora do sistema colonial.
O mercantilismo foi uma política econômica praticada na Europa durante a Idade Moderna, caracterizada pelo controle estatal da economia, com o objetivo de alcançar o acúmulo de riquezas através do comércio e da exploração colonial. No Brasil, o mercantilismo se manifestou através do sistema colonial, no qual a metrópole (Portugal) mantinha o controle exclusivo sobre o comércio da colônia, explorando seus recursos naturais e mão de obra.