SOBRE A SENSAÇÃO DE ESTAR SENDO OBSERVADO
Carlos Orsi - 10 de março de 2014
Você nota quando é observado por alguém fora do seu campo de visão? Pesquisas sugerem que até 94% das pessoas já tiveram uma experiência do tipo – sentir-se espionado pelas costas e, ao virar-se, constatar que realmente tem alguém de olho. O primeiro estudo formal sobre esse “sexto sentido” foi publicado em 1898 na revista Science. O autor, um psicólogo americano, concluiu que o efeito não passava de uma mistura de ilusão e coincidência – por exemplo, a pessoa sente-se apreensiva por um motivo qualquer e começa a se mexer, chamando a atenção de quem está atrás, até que, quando se vira, alguém está mesmo olhando para ela.
Desde então, vários estudos foram realizados. Em alguns casos, o pesquisador se sentava atrás da “cobaia” em locais públicos olhando fixamente para sua nuca por vários minutos, e depois perguntava se ela havia sentido algo estranho. Em outros, um voluntário era monitorado por uma câmera enquanto o pesquisador passava parte do tempo concentrado na imagem gerada. Com um sensor no voluntário, investigava-se se os períodos de maior estresse coincidiam com os em que a atenção do pesquisador estava na imagem.
Depois de 116 anos de estudos, a questão continua aberta. Em geral, quando o experimento é conduzido por um pesquisador que acredita em paranormalidade, o resultado dá positivo; quando ele é cético, dá negativo. Várias causas foram sugeridas para esse paradoxo, indo do “efeito gaveta” (pesquisadores que só divulgam resultados que confirmam suas crenças prévias) à possibilidade de céticos emitirem “más vibrações”.
Na prática, o melhor é não contar com esse “superpoder”. No ano passado, quando guardas de Araraquara (SP) começaram a usar as câmeras de vigilância das ruas para dar zoom no decote de algumas pedestres, um escândalo na cidade, nenhum sexto sentido entrou em ação para avisá-las.
Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/blogs/olharcetico/noticia/2014/03/sobre-sensacao-de-estar-sendoobservado.html. Acesso em: 17 jun. 2022.
Sobre a pontuação empregada no texto, assinale a alternativa correta.
Em “O autor, um psicólogo americano, concluiu que [...]”, as vírgulas são facultativas.
Em “sexto sentido”, “cobaia” e “superpoder”, as aspas são utilizadas pelo mesmo motivo.
Em “Depois de 116 anos de estudos, a questão continua aberta.”, a vírgula pode ser omitida.
Os parênteses empregados no terceiro parágrafo sinalizam que a informação neles contida é sintaticamente e semanticamente essencial.
O sinal de interrogação utilizado no início do primeiro parágrafo indica uma pergunta que é respondida na sequência do texto.