Simone de Beauvoir afirmou em 1949 que “Ninguém nasce mulher: torna-se mulher. Nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado, que qualificam de feminino”. (BEAUVOIR, Simone. O segundo sexo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2016, p. 11).
A respeito da forma como as ciências sociais — Antropologia, Sociologia e Ciência Política — discutem a relação entre sexo e gênero, é INCORRETO afirmar.
As ciências sociais mostram que existem muitos processos sociais, culturais e políticos que contribuem para que uma pessoa se torne “mulher” ou “homem” efetivamente.
Estudos recentes mostram que além do binarismo de gênero — masculino e feminino ou homem e mulher — existem diversas vivências possíveis na relação entre sexo e gênero.
As ciências sociais contribuem para entender como uma pessoa que nasceu com um tipo de aparelho reprodutor e dosagens hormonais específicas se torna “homem” ou “mulher”.
As ciências sociais endossam as visões biológicas e religiosas a respeito da determinação do gênero — masculino e feminino — a partir do sexo anatômico, tal como o define a biologia.
A obra de Simone de Beauvoir inspirou muitos estudos a respeito da condição da mulher na sociedade e contribuiu para os estudos de gênero que se multiplicam atualmente.