“Sendo um ato definidor da existência humana, porque exprime a condição primordial da conservação dela, permitindo ao ser vivo conservado raciocinar sobre si, é a ele que compete natural e originalmente a qualificação de ‘técnico’. Ao conceituá-lo como a característica de uma ação, e a isso se resume todo o conteúdo do termo tecne, o homem quer exprimir que o ato realiza, enquanto mediação, o fim intencional do agente. Revela-se-nos, com isso, a essência da técnica. É a mediação na obtenção de uma finalidade consciente” (A. Vieira Pinto, O conceito de tecnologia).
Nesse trecho, o pensador brasileiro Álvaro Vieira Pinto evita tratar a técnica como substância e, em vez disso, endereça-a como adjetivo do ato de produzir. Dessa forma, é uma ação humana que se qualifica, ou não, como técnica. Esse passo estabelece uma relação entre humanidade e técnica que se traduz na assertiva de que...
… a técnica, por si só, definiu a conservação do homem e detém o poder sobre sua sorte.
… o homem, e não a técnica, é o autor de seu destino.
… dada sua autonomia, a técnica é o principal perigo à sobrevivência humana.
… com a revolução científica, as sociedades humanas passaram a viver em uma era tecnológica.
… a técnica é uma realidade que, uma vez instaurada, escapa ao controle humano.