“Sem o gentio, portanto, não se dava um passo. Era ele que remava, caçava, pescava, fazia as farinhas, lavrava a terra, guiava as expedições, passava as cachoeiras, indicava os perigos e os meios de escapar a eles, apontava os tipos de flora e da fauna, construía os povoados, fazia mil artefatos de que havia necessidade para que se pudesse prosseguir na campanha de fundação do Império Ocidental no ambiente exótico e hostil: ele era nervo e vida” (REIS, A. C. F. O processo histórico da economia amazonense. RJ: Imprensa Nacional, 1944).
O processo histórico de ocupação e colonização dos rios do vale amazônico resulta de um disputado processo político e, sobretudo, econômico visto a sua exuberância e riqueza natural. O texto acima expõe o fato de que na área amazônica do Brasil Colonial registrou-se, em termos econômicos, a adoção de uma mão de obra caracterizada pela:
aplicação dos nativos na exploração de metais preciosos
exploração intensiva do escravo negro na produção de cana de açúcar
produção de borracha para atender ao crescente mercado europeu
utilização dos indígenas na economia coletora florestal das “drogas do sertão”
exploração do indígena na criação de gado, aproveitando a rica hidrografia da região