Segundo o historiador italiano Scipione Guarracino, no início do século XIV, a China da dinastia Ming era uma grande potência, com empenho na expansão marítima mundial. No século XV, os chineses chegaram a Calicute, na Índia, antes de Vasco da Gama. Porém, por volta de 1440, a expansão marítima chinesa estagnou antes de contornarem a África e chegarem até o mar mediterrâneo.
VICENTINO. Olhares da história: Brasil e mundo. 1ª ed. São Paulo: Scipione, 2017, p. 237.
Ao levar em consideração as informações acima, qual das opções abaixo identifica, corretamente, os motivos da China não ter descoberto a Europa?
Com imensa densidade populacional, as dinastias chinesas tiveram muita dificuldade em organizar e educar o povo para as práticas comerciais e marítimas. Os investimentos na educação da população foram perdidos, pois não há interesse na manutenção do letramento dos trabalhadores. Por consequência, o cabedal intelectual necessário para o comércio marítimo não prosperou. navegações eram consequência irrelevante da expansão comercial naquela época.
A inexistência de registros que comprovem interesses em investir nas grandes navegações eram marcas características do exército chinês. Sua verdadeira preocupação era a defesa do território por meio da expansão da Grande Muralha da China, o que garantiu a proteção e o isolamento da cultura chinesa por todo o período da Idade Moderna e Contemporânea.
A China é considerada uma “civilização vegetal”, ou seja, direcionava sua alta densidade populacional para a agricultura e não para o trabalho nas florestas, para produzir navios. Da mesma forma, os comandantes dos navios eram funcionários do império e não comerciantes interessados em lucros, diferente dos negociantes europeus ansiosos em ampliar riquezas.
O povo chinês não tinha interesse no desenvolvimento comercial, pois os familiares direcionavam os jovens para trabalhar no exército ou na produção alimentícia. Logo, não possuíam conhecimento técnico comercial e matemático para iniciarem empreitadas econômicas para além das suas próprias fronteiras territoriais, evitando, assim, as grandes navegações.
O desenvolvimento comercial terrestre era muito mais importante às dinastias chinesas. Por causa disso, grandes empreendimentos foram perpetrados, pois o crescimento territorial chinês foi fruto de forte investimento na economia e no sistema de trocas de mercadorias. As navegações eram consequência irrelevante da expansão comercial naquela época.