Segundo Massaud Moisés, em seu Dicionário de Termos Literários, a figura de linguagem denominada hipálage “designa um expediente retórico mediante o qual uma palavra troca o lugar que logicamente ocuparia na sequência frásica por outro, junto de um termo ao qual se vincula gramaticalmente.”
Esse procedimento acima descrito só não ocorre na passagem:
“ao som do mar e à luz do céu profundo” (Joaquim Osório Duque Estrada)
“Uma alvura de saia moveu-se no escuro” (Eça de Queirós)
“Ai, como essa moça é distraída, sabe-se lá se está vestida ou se dorme transparente.” (Chico Buarque)
“Mandados da Rainha, que abundantes / Mesas de altos manjares excelentes” (Camões)
“Já da morte o palor me cobre o rosto / Nos lábios meus o alento desfalece” (Álvares de Azevedo)