Se eu morresse amanhã!
Se eu morresse amanhã, viria ao menos
Fechar meus olhos minha triste irmã;
Minha mãe de saudades morreria
Se eu morresse amanhã!
Quanta glória pressinto em meu futuro!
Que aurora de porvir e que manhã!
Eu perdera chorando essas coroas
Se eu morresse amanhã!
Que sol! que céu azul! que doce n’alva
Acorda a natureza mais louçã!
Não me batera tanto amor no peito,
Se eu morresse amanhã!
Mas essa dor da vida que devora
A ânsia de glória, o dolorido afã…
A dor no peito emudecera ao menos
Se eu morresse amanhã!
(Lira dos vinte anos, 2000.)
O poema apresenta características que permitem situá-lo
na segunda fase do Romantismo, pela presença de sentimentos extremos e do culto à morte.
no Parnasianismo, devido à defesa e utilização de formas clássicas com ambição à perfeição.
no Modernismo, devido ao rompimento com os modelos formais tradicionais da poesia clássica e romântica.
na primeira fase do Romantismo, preocupada com a definição da sociedade brasileira a partir dos traços físicos e emocionais de seus indivíduos.
no Classicismo, interessado no equilíbrio formal, associado à temperança dos sentimentos e das ações.