Se eu morresse amanhã!
Se eu morresse amanhã, viria ao menos
Fechar meus olhos minha triste irmã;
Minha mãe de saudades morreria
Se eu morresse amanhã!
Quanta glória pressinto em meu futuro!
Que aurora de porvir e que manhã!
Eu perdera chorando essas coroas
Se eu morresse amanhã!
Que sol! que céu azul! que doce n’alva
Acorda a natureza mais louçã!
Não me batera tanto amor no peito
Se eu morresse amanhã!
Mas essa dor da vida que devora
A ânsia de glória, o dolorido afã...
A dor no peito emudecera ao menos
Se eu morresse amanhã!
(AZEVEDO, Álvares de. Melhores poemas. 6. ed. 1. reimpr. São Paulo: Global, 2008. p. 95.)
O Texto, em sua segunda estrofe, descreve um futuro brilhante para o eu lírico, futuro que não aconteceria caso ele morresse no dia seguinte. Já na quarta estrofe pode-se observar que o enunciador enxerga o lado bom de morrer. Indiretamente, ele até aguarda a morte para que a dor no peito desapareça. Esse trecho lembra um filósofo da Antiguidade que contribuiu para libertar as pessoas do medo – sobretudo, da morte. Ao considerar o ser humano uma entidade coesa, formada por um conjunto de átomos em movimento, ele concebe o fim da vida como um processo tão inevitável quanto natural, descrito como a simples dissolução dessas partículas elementares – que, mais tarde, participarão da formação de novos conjuntos, dando origem a outros seres. Por essa razão, o filósofo sustenta: “A morte nada significa para nós”. E complementa sua convicção afirmando: “A morte é uma quimera: porque enquanto eu existo, ela não existe; e quando ela existe, eu já não existo”.
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